segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PARE DE CORRER

Desde que me entendo - e aí passaram 65 anos - vivi num mundo bem tranquilo, em que o tempo passava devagar, e neste nosso que tudo acontece rapidamente. Estou lendo um livro que herdei de meu pai, Cascalho, falando das zonas de garimpo, e na p.152 li sobre um tempo bem diferente de agora:
"Os dias de correio eram grandes dias. Representava uma evasão da rotina. Com cartas da família chegavam jornais. Havia correio uma vez por semana, aos sábados. As malas postais vinham pela estrada de ferro até um cidade maior e depois, por 14 léguas [cada légua equivale a 4.828m], 65km, em lombo de burro. Quando os animais atravessavam a praça com suas cargas postais, havia uma agitação.
O promotor mandou um funcionário à agência dos correios e sentou-se para ler. Mas não conseguia deter a atenção nas páginas. Seus pensamentos estavam longe: Como estaria sua mãe e irmãs? Será que o dinheiro que lhes mandou deu para as despesas? E como andaria seu partido político, o Liberal? E a campanha para as próximas eleições, como estavam transcorrendo? E desse modo não conseguia ler, toda hora prestando atenção ao barulho de cascos na praça: seria o correio?"

Há pouco peguei na minha caixa do correio uma propaganda para uma internet mais rápida. Hoje, sabe-se o que está se passando do outro lado do mundo. E são informações sobre tudo. Tudo rapidamente, na correria.
Faz-me lembrar uma previsão de Jesus (Mateus 24:26, 27): "Portanto, se vos disserem: ‘Eis que Ele está no deserto!’- não saiais. Ou ainda: ‘Ele está ali mesmo, nos cômodos de uma casa!’- não acrediteis. Pois, da mesma maneira como o relâmpago parte do oriente e brilha até no ocidente, assim também se dará a vinda do Filho do homem".
Parece que Jesus fala de informações na velocidade de um relâmpago: Ele está ali, Ele está no deserto, Ele está...
O conselho dele foi: Não acredite, não vá atrás de tudo que ouve.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

COMO DEVIA SER E ACABA NÃO SENDO

"Há na multidão que povoa um país, quatro categorias:
todos os habitantes;
os adultos com direito a voto;
os homens e mulheres que tem consciência dos seus deveres e direitos e lutam por eles;
e aqueles, investidos de cultura intelectual e moral, com espírito elevado e que são capazes de sobrepor aos seus interesses próprios ou partidários, o destino de dirigir a multidão".
O poeta Olavo Bilac no livro A Defesa Nacional, de 1916.

- Zé, então ele não conheceu o Lula e essa porcalhada de políticos!