É preciso escolher bem o genro.
- Mas Zé, é a filha da gente que escolhe o cara!
Meus dois genros são homens inteligentes, mas um deles
insiste em me converter ao PT me mandando textos inteligentes e pejados de ‘cerca
lourenço’. Desta vez foi Como Conversar com um Fascista, de Marcia Angelita
Tiburi. Uma bela gaúcha professora de filosofia.
Ela assim defini: “O
conhecimento, que deveria ser um processo de encontro e disposição, sucumbe à
sua própria negação. Daí a impressão que temos de que uma personalidade
autoritária é, também, burra, pois ela não consegue entender o outro”. Para ela
um fascista é um autoritário: “prega a intolerância, que afirma coisas tão
estarrecedoras, como ‘quilombolas, índios, gays e lésbicas são tudo o que não
presta’, é a destruição do conhecimento, como relação com o outro; o que está
na base da democracia”. Um fascista é contra a Democracia. Ora, você meu amigo
que vivi pedindo a volta dos militares ao poder desistiu de se abrigar na democracia
e quer mais é o autoritarismo, fascismo.
Vê se dá pra concordar com ela? “O fascismo produz opressão
de um lado e de outro seduz para a forma autoritária de viver garantindo aos
que vivem esvaziados de pensamento que o mundo está bem como está.
O fascismo constrói opiniões públicas e mentalidades coletivas, tira a chance
de pensar no que estamos fazendo uns com os outros, o que poderia nos garantir
uma vida mais prazerosa. O fascismo também colonizou os prazeres pelo
estético-moralismo que é o consumismo ao qual foi reduzida a antiga e
emancipatória categoria ética da felicidade.
Mas não devemos aderir a isso só porque as coisas se apresentam assim
hoje”.
Então, estamos cercados. Os fascistas autoritários são
cúmplices dos capitalistas que nos seduzem à uma vida sem ética, sem valores. Ela
não disse, mas nos faz pensar que vivemos num gueto que vai se tornando cada
dia mais apertado: o dos homens de bem.