quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Limusines com o governador e sua amante.

Na minha idade já se viu de tudo, especialmente a roubalheira dos políticos. Mas nunca na história as pessoas foram tão velhacas. Porém, uma coisa é certa, na grande maioria das vezes nossos governantes não se importam nem um pouco conosco. No livro Jerusalém – que parece nunca vou terminar de ler – me impressionei com esta descrição sobre 1918 (p. 509): “Ahmet Kemal, um dos três paxás que dirigiam o Império Otomano (turco), governador do Egito e da Palestina, seus oficiais e ministros desfrutavam de uma vida de prazer febril enquanto Jerusalém lutava para sobreviver às calamidades da 1ª Grande Guerra. A miséria era tal que muitas das jovens viúvas de guerra (os maridos soldados morreram guerreando) se tornavam prostitutas percorrendo a Cidade Velha se trocando por qualquer quantia. Homens velhos com seus corpos cheios de chagas e sujeira viviam inchados de fome”. Isso o povo, mas os governantes, que diferença! “O notáveis de Jerusalém viviam bebendo e farreando. Certa noite um comboio de quatro limusines com o governador e sua amante, vários políticos otomanos e figurões acompanhados de prostitutas, deixaram a cidade e rumaram para Belém. Foi um evento delicioso para todos, mesmo durante o difícil período em que a guerra e a fome faziam as pessoas sofrer. Todos tomaram vinho e comeram sem parar, as damas lindas cantavam em coro”. [para não dizer que não falei de flores: Borboletas, de Ney Tecídio]


Então, por favor, tenhamos juízo e não acreditemos nunca nas promessas dos políticos, mas vamos ‘botar a boca no mundo’ quando eles fizerem suas lambanças com o nosso dinheiro. 

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