Agorinha mesmo estava ouvindo palavras que homens e mulheres
têm escutado há mais de 2.000 anos:
“Junto aos rios da Babilônia sentamo-nos a chorar, com
saudade de Sião. Nos salgueiros que lá existiam, pendurávamos as nossas harpas,
pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam para entoar belas canções, e os
nossos opressores, que fôssemos alegres, exclamando: ‘Entoai-nos algum dos
cânticos de Sião!’ Como, porém, haveríamos de cantar as canções do Eterno numa
terra estranha? Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se paralise minha mão
direita! Pegue-se minha língua ao céu da boca, se não me recordar de ti,
Jerusalém”.
Desde 1775 um garoto de cinco anos, sentado numa igreja na
França, ouvia vez por outra a leitura deste Salmo, o 137. E a palavra Jerusalém
ficou impressa em seus neurônios, como está nos nossos. Esse menino chamava-se Napoleão. Quando ganhou poder
político e militar marchou para a Cidade Santa. O livro Jerusalém, diz (p.
398): “Em 19/05/1798, Napoleão Bonaparte, com 28 anos, magro e pálido, cabelo comprido
e liso, partiu com 335 navios, 35.000 soldados e 167 cientistas para conquistar
o Egito. Numa carta ele descreveu seus pensamentos íntimos: ‘Eu me vi marchando
a caminho da Ásia montado num elefante, turbante na cabeça. Quando lerdes esta
carta, é possível que eu esteja sobre as ruínas do Templo de Salomão, em Jerusalém'.
Em 21/05/1799, com 1.200 soldados mortos e outros 2.300 feridos deixados em
Jaffa, Napoleão conduziu a retirada rumo ao Egito”.
Ele nunca pisou em
Jerusalém.