sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A cavalgada no meio da noite.

Seiscentos anos depois da crucificação de Jesus, um jovem bonito, de cabelo e barba ondulados, inteligente e tido com um homem íntegro, diz à todos, em Meca, que tem tido visões do arcanjo Gabriel. Este lhe revela ter Deus o escolhido como mensageiro. O grosso livro Jerusalém, diz (p. 228): “Naquela rude sociedade onde todos os meninos portavam armas e cada homem era um lutador, a tradição literária não era escrita, mas consistia numa rica poesia que celebrava os feitos de guerreiros honrados e amantes apaixonados. Maomé pregava o Islã (que significa submissão) ao único Deus, a busca de uma vida de virtudes e a defesa dos valores de igualdade e justiça”.
Surgia uma nova religião onde a devoção ao Criador e o ajoelhar em oração diversas vezes ao dia eram obrigatórios. Seus rituais tomavam emprestados práticas da religião judaica e da católica. Seu festival do Ramadã lembra em tudo a Quaresma. Mas havia ali um perigo explosivo, a Jihad, a guerra santa.
“O Alcorão enfatiza o Jihad pessoal, a luta do crente para ter domínio sobre si mesmo, e a luta contra os infiéis, os que não seguem as instruções de Maomé. Eles devem ser convertidos e se submetendo devem ser tolerados, mas se resistirem, então devem ser mortos”.

Após a morte de Maomé, como acontece com todos os cultos, o Islamismo sofreu uma divisão. Os que seguiram seu sogro Abu Bakr tornaram-se sunitas, quem seguiu sua filha Fátima e seu marido tornaram-se xiitas. Seu lugar de adoração é a Caaba, a pedra sagrada em Meca. Mas uma noite Maomé teve uma visão em que saia cavalgando num cavalo voador até o “Santuário mais Distante”,

o que os muçulmanos interpretaram como Jerusalém. Desde então, árabes, judeus e cristãos lutam para ficar na cidade santa. Mil e quatrocentos anos depois a paz do mundo ainda não foi possível por causa dessas crenças. 







domingo, 2 de agosto de 2015

Sua lógica é simples: a pilhagem.

Conversava com Roberta, na UFF, quando ela recebeu um telefonema e, atoa, peguei seu livro de um curso avançado, Gestão Pública. 

O texto ensina uma atitude para o servidor público bem diferente do que praticam.

Comentei: Toda pessoa que passasse num concurso público ou quem recebesse um cargo de confiança precisava ler isso. Ela retrucou: Só os que vão servir no Financeiro de alçada Federal precisam ter este curso; daí dá que no que vemos.
Li um artigo de Gustavo Franco em O Globo onde ele começa dizendo: “Seria de uma pretensão sem tamanho imaginar que o Brasil inventou a malversação. Sim, não se pode perder de vista que estamos diante de uma epidemia global de corrupção”.
Daí o professor me ensinou: “A referência ao cronismo, e mais ainda a um capitalismo crony, é bem recente e está se tornando de ampla utilização na literatura econômica e sociológica”.
- O que é cronismo, Zé?
“Tornou-se uma gíria para designar amigos, afilhados, capangas, comparsas, apaniguados, membros de uma quadrilha ou irmãos no crime; é alguma forma de favoritismo, arbitrariedade ou corrupção”. Começou mais descaradamente com os ‘Tigres asiáticos’, países da Ásia que se tornaram grandes exportadores de produtos de baixa qualidade. “E que retroagiram por adotarem políticas protecionistas e amistosas demais a grandes grupos nacionais familiares”. Na Rússia e na China isto também aconteceu, mas com uma variante: “os velhos aparelhos repressivos se privatizaram em relações nebulosas com o governo formando uma espécie de capitalismo mais selvagem que os do Ocidente”. No Brasil “houve uma hegemonia do cronismo sobre o Estado, a ponto de estabelecer as agendas de políticas públicas e os andamentos da economia. Pior, esse capitalismo de quadrilhas, comparsas ou companheiros, assume variadas vestimentas ideológicas, mas sua lógica é simples: a pilhagem”.

Enfatiza o professor Gustavo, que “capitalismo funciona, mas deve enfatizar a democracia e a horizontalidade, enquanto o cronismo procura sempre a seletividade e a arbitrariedade”.