quarta-feira, 10 de junho de 2015

Acho que dá para ser santo

Há muito tempo um homem nos fez um desafio dizendo que foi nosso próprio Criador que lançou este repto (Levítico 19:2): “Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. E a gente envolvido com esta vida tão carregada de problemas descartamos este desafio como inalcançável. Pior, é que daí continuamos nesta vida sem sentido: correndo, correndo até chegar a sepultura.
Estou lendo o livro História de uma Alma, são cartas de uma jovem à sua superiora no convento. Desde menina ela decidiu ser freira, sonhava em entrar para o Carmelo, isto é, ser carmelita. De família profundamente cristã ela chegou a pedir ao pai que a levasse a Roma para pedir ao Papa licença para ser aceita no convento antes de completar a maior idade. Na segunda carta ela conta o que refletia vivendo enclausurada:
“Não penseis que nado em consolações, oh não! meu consolo é não ter consolações na terra.
Sem mostrar-se, sem se fazer ouvir, Jesus ensina-me em segredo, vem consolar-me: "Eis o mestre que te dou, ensinar-te-á o que deves fazer. Quero levar-te a ler no livro da vida onde está ciência do amor". A ciência do Amor, oh sim! esta palavra soa doce ao ouvido da minha alma, só desejo essa ciência. Entendo tão bem que só o amor possa nos tornar agradáveis a Deus, que fiz dele o único objeto dos meus desejos. Jesus sente prazer em mostrar-me o único caminho. "Quem for criança, venha cá, pois a misericórdia é dada aos pequenos". Em nome dele, o profeta Isaías revela como o Senhor pensa: "Como alguém que é consolado pela própria mãe, assim eu vos consolarei, sereis levado ao colo, e acariciados sobre os joelhos". Ó madrinha querida! depois de tal linguagem, só resta calar, chorar de gratidão e de amor... Ah! se todas as almas fracas e imperfeitas sentissem o que sente a menor de todas as almas, a alma da vossa Teresinha, nenhuma perderia a esperança de atingir o cimo da montanha do amor, pois Jesus não pede ações grandiosas, apenas o abandono e a gratidão”.

Essa menina tem o nome de Teresinha de Jesus, nasceu em 10 de julho de 1873, morreu jovem e foi declarada Santa. Ela nos ensina que buscar a santidade é viver com amor, com preocupação sincera pelo próximo:
“"Oferece a Deus sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo." Eis, portanto, tudo o que Jesus quer de nós, Ele não precisa das nossas obras, só do nosso amor; esse mesmo Deus que declara não precisar de nossos bens não receou mendigar um pouco de água à samaritana. Ele estava com sede... Mas ao dizer "dê-me de beber", o Criador do universo estava pedindo o amor da sua pobre criatura. Tinha sede de amor ... Ah! sinto-o mais do que nunca, Jesus está sedento, só encontra ingratos e indiferentes entre suas criaturas e nos seus próprios discípulos, encontra poucos corações que se entregam a Ele sem reserva, que compreendem toda a ternura do seu Amor infinito”.

Então, acho que dá para ser santo, é só colocar o amor na frente de tudo que se faz. 

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