Há muito
tempo um homem nos fez um desafio dizendo que foi nosso próprio Criador que
lançou este repto (Levítico 19:2): “Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso
Deus, sou santo”. E a gente envolvido com esta vida tão carregada de problemas
descartamos este desafio como inalcançável. Pior, é que daí continuamos nesta
vida sem sentido: correndo, correndo até chegar a sepultura.
Estou lendo
o livro História de uma Alma, são cartas de uma jovem à sua superiora no convento.
Desde menina ela decidiu ser freira, sonhava em entrar para o Carmelo, isto é,
ser carmelita. De família profundamente cristã ela chegou a pedir ao pai que a
levasse a Roma para pedir ao Papa licença para ser aceita no convento antes
de completar a maior idade. Na segunda carta ela conta o que refletia vivendo
enclausurada:
“Não penseis
que nado em consolações, oh não! meu consolo é não ter consolações na terra.
Sem
mostrar-se, sem se fazer ouvir, Jesus ensina-me em segredo, vem consolar-me:
"Eis o mestre que te dou, ensinar-te-á o que deves fazer. Quero levar-te a
ler no livro da vida onde está ciência do amor". A ciência do Amor, oh
sim! esta palavra soa doce ao ouvido da minha alma, só desejo essa ciência. Entendo
tão bem que só o amor possa nos tornar agradáveis a Deus, que fiz dele o único
objeto dos meus desejos. Jesus sente prazer em mostrar-me o único caminho. "Quem
for criança, venha cá, pois a misericórdia é dada aos pequenos". Em nome
dele, o profeta Isaías revela como o Senhor pensa: "Como alguém que é
consolado pela própria mãe, assim eu vos consolarei, sereis levado ao colo, e
acariciados sobre os joelhos". Ó madrinha querida! depois de tal
linguagem, só resta calar, chorar de gratidão e de amor... Ah! se todas as
almas fracas e imperfeitas sentissem o que sente a menor de todas as almas, a alma da
vossa Teresinha, nenhuma perderia a esperança de atingir o cimo da montanha do amor, pois
Jesus não pede ações grandiosas, apenas o abandono e a gratidão”.
Essa menina
tem o nome de Teresinha de Jesus, nasceu em 10 de julho de 1873, morreu jovem
e foi declarada Santa. Ela nos ensina que buscar a santidade é viver com
amor, com preocupação sincera pelo próximo:
“"Oferece
a Deus sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo."
Eis, portanto, tudo o que Jesus quer de nós, Ele não precisa das nossas obras,
só do nosso amor; esse mesmo Deus que declara não precisar de nossos bens não
receou mendigar um pouco de água à
samaritana. Ele estava com sede... Mas ao dizer "dê-me de beber", o
Criador do universo estava pedindo o amor da sua pobre criatura. Tinha sede de
amor ... Ah! sinto-o mais do que
nunca, Jesus está sedento, só encontra ingratos e indiferentes entre suas
criaturas e nos seus próprios discípulos, encontra poucos corações que se
entregam a Ele sem reserva, que compreendem toda a ternura do seu Amor infinito”.
Então, acho
que dá para ser santo, é só colocar o amor na frente de tudo que se faz.
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