O
cristianismo tem 32 doutores, pensadores que a poder de muita reflexão
deduziram, compreenderam verdades puras. Dentre esses, três são mulheres. Estou
lendo o livro A História de uma Alma escrito por uma delas, a santa Terezinha
de Jesus.
Ela morreu aos 24 anos, quase metade passados dentro de um convento.
Mas ali percebeu coisas profundas que registrou para nosso aprendizado (p. 44):
“Em pé na portinhola do trem, quase não respirava. Queria estar, ao mesmo
tempo, dos dois lados do vagão, pois ao virar-me via paisagens encantadoras e
diferentes das que estavam na minha frente. Às vezes, estávamos no cume de uma
montanha, a nossos pés, precipícios de profundidade inalcançável. De outra um charmoso
e pequeno lugarejo com seus graciosos chalés e seu campanário, por cima do qual
balançavam indolentes algumas nuvens resplandecentes de brancura. Mais longe,
um vasto lago, dourado pelos últimos raios do sol, com ondas calmas e puras a
mesclar o tom azulado do Céu aos fogos do crepúsculo, apresentava a nossos
olhares maravilhados o mais poético espetáculo.
Vendo todas
essas belezas, surgiam pensamentos muito profundos em minha alma. Tinha a
impressão de
já estar compreendendo a grandeza de Deus e as maravilhas do Céu... A vida religiosa
apresentava-se a mim tal como é, com suas submissões e seus pequenos
sacrifícios feitos às ocultas. Compreendia como é fácil ensimesmar-se, esquecer
a sublime finalidade da vocação. Não terei a infelicidade de apegar-me a
palhas, agora que 'meu coração pressentiu o que Jesus reserva a quem o ama!'"
Sinto o
mesmo quando ando de bicicleta por lugares lindos, altas serras. Penso em como
é mal a gente ficar deprimido ou ansioso tendo esse belo mundo para viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário