Você
aprendeu isso, mas duvido que seu professor de História tenha analisado esta
informação em sala de aula. Refiro-me a Lei do Ventre Livre, de 28/09/1878. (esta foto é meramente ilustrativa: menino brincando de ajudar a mãe a aprontar a cobertura do pavilhão na festa do Quilombo São José)
Estou lendo
A Serra e o Santuário, sobre uma capela no alto de uma serra na cidade mineira
de Caeté (p. 100): “O padre Domingos sentiu o choque social consequente àquela
lei. Por isso, apressou-se em criar um asilo para órfãs ingênuas, que começou a
funcionar em 25/08/1878, o Asilo de São Luís da Piedade.
A instituição ganhou
fama e prestígio como educandário de meninas, a tal ponto que fazendeiros da
região demandavam o asilo para as próprias filhas. Ali aprendiam primeiras letras, fazer contas, prendas domésticas e formação religiosa”.
Os ingleses
que traficaram mais de 3 milhões de escravos da África, proibiram o tráfego
negreiro em 25/03/1807, mas o Brasil persistiu em comprar africanos por mais 80
anos. Para poder levantar empréstimos com os ingleses fomos fazendo leis que só
protelavam a Abolição. A do Ventre Livre, por exemplo, foi nefasta. O
fazendeiro, dependendo de seu temperamento e seu caráter, permitia que as
crianças nascidas na senzala continuassem sendo amamentadas pelas mães que a levavam
para o trabalho na roça. Mas logo que ficavam meninotes e mocinhas, “que só
davam despesas”, eram expulsos da fazenda. As estradas eram o lar de meninos que se
empregavam por um prato de comida e uma enxerga para dormir – a escravidão
continuava -, mas as meninas tinham um destino pior, a prostituição e o abuso.
Por isto a Igreja se apressou em criar educandários.
É tão bom quando os humanos se respeitam e fazem da cor da pele diferente um motivo de festa e alegria, como vi na festividade no Quilombo.
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