terça-feira, 19 de maio de 2015

Uma lei que levou meninas à prostituição.

Você aprendeu isso, mas duvido que seu professor de História tenha analisado esta informação em sala de aula. Refiro-me a Lei do Ventre Livre, de 28/09/1878. (esta foto é meramente ilustrativa: menino brincando de ajudar a mãe a aprontar a cobertura do pavilhão na festa do Quilombo São José)

Estou lendo A Serra e o Santuário, sobre uma capela no alto de uma serra na cidade mineira de Caeté (p. 100): “O padre Domingos sentiu o choque social consequente àquela lei. Por isso, apressou-se em criar um asilo para órfãs ingênuas, que começou a funcionar em 25/08/1878, o Asilo de São Luís da Piedade. 

A instituição ganhou fama e prestígio como educandário de meninas, a tal ponto que fazendeiros da região demandavam o asilo para as próprias filhas. Ali aprendiam primeiras letras, fazer contas, prendas domésticas e formação religiosa”.

Os ingleses que traficaram mais de 3 milhões de escravos da África, proibiram o tráfego negreiro em 25/03/1807, mas o Brasil persistiu em comprar africanos por mais 80 anos. Para poder levantar empréstimos com os ingleses fomos fazendo leis que só protelavam a Abolição. A do Ventre Livre, por exemplo, foi nefasta. O fazendeiro, dependendo de seu temperamento e seu caráter, permitia que as crianças nascidas na senzala continuassem sendo amamentadas pelas mães que a levavam para o trabalho na roça. Mas logo que ficavam meninotes e mocinhas, “que só davam despesas”, eram expulsos da fazenda. As estradas eram o lar de meninos que se empregavam por um prato de comida e uma enxerga para dormir – a escravidão continuava -, mas as meninas tinham um destino pior, a prostituição e o abuso. Por isto a Igreja se apressou em criar educandários.

É tão bom quando os humanos se respeitam e fazem da cor da pele diferente um motivo de festa e alegria, como vi na festividade no Quilombo.     

Nenhum comentário: