terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Perder a mulher amada, a amarra mais terrível


"Quero encantar e não escravizar". Henry Miller no livro Sexus, de 1949. Cada pessoa que encontramos devia ficar encantada conosco. Ficar interessado pelos outros, cumprimentar o desconhecido, ser amável com alguém e saber um pouco da experiência de uma pessoa não é trabalho, nos causa bem estar. “Quero uma vida mais ampla, mais rica, mas não à custa dos outros”.
Mais adiante o escritor nos ensina que para encantar é preciso não ser muito diferente, não é legal quem vê o mundo de um modo que ninguém percebe. Ser um profeta, um visionário, distinguir o que ainda está para vir, é atrair para si a incompreensão. É uma tarefa nobre, mas sofrida e deve ser apenas para os que foram chamados. “Ninguém, nenhuma idéia tem validez por si mesma. O que é válido é somente aquele tanto – Deus incluído – que é aceito por todos os homens”.
Henry Miller foi considerado um escritor maldito porque seus livros, como a trilogia Crucificação Encarnada, mostram as pessoas que somos, mas que não admitimos ser. Seus pensamentos fazem o leitor parar a cada parágrafo para refletir. Como esse: “Render-se absoluta, incondicionalmente à mulher que se ama é romper todas as amarras, exceto o desejo de não a perder, que é a amarra mais terrível de todas”.   

sábado, 8 de janeiro de 2011

Continue buscnado até encontrar


Jesus disse: "Quem descobrir o significado interior destes ensinamentos não provará a morte. Aquele que busca continue buscando até encontrar. Quando encontrar, ele se perturbará. Ao se perturbar, ficará maravilhado e reinará sobre o Todo."
No evangelho apócrifo de Tomé Jesus promete a quem procurar sem desanimar que "reinará sobre o Todo". O Reino dos Céus é chamado de "o Todo" nesta epístula. Isto mostra uma influência do hermetismo sobre o escritor desta epístola. Este estudo vem de Trimegistro, um sacerdote egípcio. A primeira lei hermética diz que a mente de Deus fez todas as coisas e elas estão contidas nEle, no Todo.
O Todo é mais compreensível para quem já ouviu falar de atomismo e física quântica. A matéria é formada por energias e tudo está imerso em um caldeirão de bolhas de energia. Incompreensível? Não. Você sabe como é feita uma imagem de computador? Com zeros e uns (0 e 1). Sabe como é feito nosso corpo? Por uma seqüência de quatro moléculas (ACGT): adenina, citosina, guanina, timina. Assim tudo é feito de bolhas de energia. Tudo está interligado, nada nem ninguém pode ficar de fora. Quem compreende isto, tem esta sabedoria, domina o conhecimento do Todo.    

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Que será de mim sem você.


Dostoievski em Pobres Gentes conta sobre um amor platônico de leitura cansativa, mas eis que de repente leio um pensamento importante, volto e releio e paro para pensar. Assim são os livros, sempre se encontra neles pelo menos uma frase que nos faz pensar.
"¿Por qué se empeña en irse a vivir entre gente extraña? ¿Sabe usted lo que quiere decir eso de gente extraña? Pues pregúntemelo a mí, que yo..., yo conozco muy bien a los extraños, y
puedo decirle a usted cómo son. Todo ser ajeno es malo".
Todo estranho é mau. Parece uma declaração para afastar as pessoas e criar antagonismo. Mas não é. A moça disse ao homem que pensava em aceitar um emprego numa casa de família, ele então quer tirar isto da cabeça dela.
"Sí, muy malo; tan malo al punto del prójimo martirizarlo con reproches y miradas de enojo. Entre nosotros, por lo menos, disfruta usted de bondad y vive recogida como en un nido".
Uma das minhas netas não consegue conviver com a nova família do pai. Tratam-na mau? Não, mas a convivência é ruim porque falta bondade, uma das facetas do amor, o gostar incondicionalmente.
Acontece, também, de as pessoas numa família se tornarem estranhas uma com as outras. Então, no dia-a-dia tudo aborrece e enoja. a convivência fica horroroza. É tão bom quando se gosta! Como diz o personagem russo: "¿Qué será entonces de mí sin usted?"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Mortos bem amados, voltem!



Um bando de meninos batem nas casas ao entardecer do dia do Halloween. Em um casarão afastado, no fim de uma rua são recebidos por um homem alto e magro e de modos apavorantes. Depois do susto o tétrico personagem os leva para conhecer a origem desta tradição mais comum nos países setentrionais. O começo foi no Egito e para quem conhece um pouco da Bíblia logo vai recordar da primeira páscoa, na noite do dia em que os judeus foram libertos da escravidão na terra dos faraós. Mas que ligação tem o dia das bruxas, onde as crianças saem fatasiadas de vampiros, esqueletos, fantasmas, etc, com a páscoa?
Naquela estranha noite o anjo da morte andou pelo Egito entrando nas casas e matando os primogênitos, menos os dos crentes que mataram um cordeiro e com seu sangue pintaram os umbrais das portas. Mas o que eu não sabia é que diferente dos judeus e, depois, dos cristãos que festejam este dia como a páscoa, os egípcios festejavam-no como o dia da visita dos mortos, da volta dos primogênitos que morreram. Li isto no livro de Ray Bradbury, El Àrbol de las Brujas:  
"Hileras de lámparas de aceite colgaban de las fachadas de las casas y los humos tenues se elevaban en el aire crepuscular como almas en pena.
Casi podía verse a los fantasmas que se arrastraban por las callejuelas empedradas.
Las sombras se alejaban de los últimos rayos de sol en el poniente y trataban de entrar en las casas.
Pero las sombras rondaban y merodeaban la comida caliente, que humeaba en los umbrales.
Un ligero olor a incienso alcanzó a los muchachos asomados a esa arcaica Noche de Brujas y a los "premios" preparados no para chiquillos vagabundos sino para fantasmas sin hogar.
No os extraviéis en la obscuridad - cantaban voces en todas las casas al son de arpas y laúdes -. Oh muertos, bienamados, volved, volved al hogar. Perdidos en la obscuridad pero queridos siempre. No erréis, no os extraviéis, que aquí seréis bienvenidos.
De las lámparas mortecinas brotaban volutas de humo.
Y las sombras subían a los umbrales y con delicadeza rozaban apenas las ofrendas de comida".
As famílias se reuniam para esperar a volta daqueles que seriam chefes de famílias mortos, os primogênitos. Parte da refeição colocavam num prato do lado de fora da porta da rua, para atrair os espíritos.
Veja que também tem tudo a ver com as oferendas nas cerimônias do candomblé e da umbanda. 
Isto mostra que não se pode julgar crenças e rituais dos outros, no fundo, em sua origem, todos estão relacionados com acontecimentos terríveis que nossos antepassados viveram.  

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não goza o presente porque está agitado com o futuro


Assistindo uma entrevista com a mãe de Michsel Jackson senti a dor da mulher que forma em seu corpo um filho e depois o vê morrer, enterra-o ao invés de envelhecer sabendo que o filho continuará vivendo depois dela ter morrido. Ela disse que mesmo continuando sua vida havia momentos em que ouvia o riso alegre do homem que não deixava de ser criança.
Hoje, lendo a vida de Solon (638-558 a.C), rei de Atenas, vejo o comentário do historiador Plutarco a respeito do pensamento do sábio regente sobre a morte de um filho: 

"Otros, por el contrario, en la muerte de hijos muy dignos no se han afligido inmoderadamente, ni han hecho nada indecoroso, y han continuado disfrutando con  juicio de la vida: porque es la debilidad y no el amor lo que causa esos extremados pesares y temores en hombres que no están preparados por la razón contra la fortuna, los cuales no gozan de lo presente que desearon porque los agita lo futuro con pesares, con recelos y con sustos, por si serán privados de ello".
Não sei se você concorda com isto? "porque es la debilidad y no el amor lo que causa esos extremados pesares". Um pessoa descontrolada com o falecimento de um ente querido, especialmente se ainda era jovem e interrompeu planos e sonhos, fica assim não por amor mas por uma debilidade?´ra a maneira de entender de Solon.
Outra coisa que ele diz é que esta fragilidade que toma todas as emoções é causada porque "no están preparados por la razón contra la fortuna", são pegos de surpreza pelo acaso. Ou, a fraqueza acontece quando "no gozan de lo presente que desearon porque los agita lo futuro".
Concordo e luto sempre contra esta tendência: não curtir o presente. Não acompanhar com interesse o desenvolvimento de um filho ou um neto por se estar pensando no futuro, preucupando-se com o que ainda está lá na frente, não é sensato.
É bom se ler coisas que nos fazem refletir. Ler os clássicos é muito bom.  

domingo, 2 de janeiro de 2011

A quinta lei: tudo tem dois gêneros


Tenho de falar em Nosso Senhor novamente. Ele disse certa vez (Lucas 20:34): "Neste mundo homens e mulheres se unem, mas na vida futura serão como os anjos e não se casarão". Cito esta frase porque a quinta lei teosófica diz que "o Todo contêm o princípio masculino e o feminino". Os gêneros estão relacionados com as forças positivas e negativas que existem mesmo no interior do átomo. Aliás, o átomo de qualquer elemento só passa a existir quando elétrons negativos (ondas-partículas)unem-se a um núcleo que tem carga positiva. Tão somente quando os dois gêneros estão juntos é que a menor porção da matéria exibe suas propriedades como: luz, magnetismo, calor, atração e repulsão, eletricidade e outros.
Na mente de qualquer pessoa atuam simultaneamente aspectos femininos e masculinos e sem ambos ela não funciona plenamente. Assim, é que nossa porção feminina imagina e idealiza e o masculino tem a vontade, age. Então, juntos criam o que foi projetado.
É o caso dos líderes terem muito forte o gênero masculino (sejam mulheres ou homens) e com isto impõe sua vontade a maioria que tem uma porção feminina maior.
Jesus teria dito que os espíritos da classe angélica não são produtores, mas só intermediários porque não se casam.

sábado, 1 de janeiro de 2011

A lei de Causa e Efeito



Acaso é o nome que se dá aos acontecimentos não planejados, mas existe uma continuidade entre acontecimentos. Como um indivíduo pode reportar-se a um antepassado muito distante no tempo, muito diferente de si mesmo e que viveu em um lugar muito longe, também um ato está irresistivelmente ligado a um anterior, outro antes desse e mais tantos além daquele. Nada é casual, existe uma sequência infinita de causas e efeitos para cada acontecimento.
Outra lei, a dos opostos diz que “o objeto mais distante de sua origem é o mais limitado, pois quanto mais próximo do centro, tanto mais livre é”. As primeiras células na formação de um ser vivo têm liberdade de formar qualquer parte do corpo, as mais velhas só podem ser o que são, osso ou cabelo, rim ou coração.
O livre arbítrio é pleno no início da vida, depois vai se restringindo cada dia mais. Você pode dizer: Escolhi isto porque quis; mas o que o fez escolher isto ao invés daquele outro?
Mas Friedrich Nietzsche percebeu e nos revelou outra coisa sobre um ato: “O real não é o fato, o ato em si, mas a interpretação que lhe damos”. Ora, diante de um tombo podemos dizer: isto me aconteceu porque fiz aquilo. Se, entende o tombo como um castigo acha que recebeu o mal porque fez algo errado, mas se vê o no tombo um aprendizado, algo bom, vai relacioná-lo com algo bom que fez antes.
Mas não é legal ficarmos procurando no passado a causa do presente, pois o tempo todo podemos fazer escolhas que definirão nosso futuro.