sábado, 4 de dezembro de 2010

Qual é a outra alternativa?

Lendo as Cartas dos leitores em O Dia, [já faz algum tempo, parece notícia requentada, mas não é] me identifiquei com esta: "Já não temos certeza do que é certo ou errado. Policiais do caso Rafael foram presos por terem pedido dinheiro ao pai do atropelador, mas o pai fica solto, mesmo confessando que deu dinheiro aos policiais".
Esta situação de corrupção e semvergonhice de nossa sociedade dá medo, não te dá não? Lendo sobre a sociedade na época da descoberta da América vejo um tempo de idênticas condições, mas com uma mentalidade diferente. O livro Os Jesuítas na América, diz:
"Para compreender este processo é necessário saber que o pensamento jesuítico não pode ser dissociado das condições históricas em que floresceu, uma das quais implicava no argumento de que a razão estava submissa à revelação, algo típico de uma cosmovisão que ordenava o mundo a partir do Sagrado, de Cristo, da fé católica. O principal veículo da tradição moral do Ocidente era a doutrina dos sete pecados mortais: orgulho, inveja, ira, avareza, luxúria, intemperança e indolência espiritual ou preguiça. Todos esses elementos eram vivos no pensamento social e religioso da época e comparecem na obra de Loyola. Seu método de ensino, Exercícios Espirituais, propunham uma reconciliação dos membros da comunidade cristã entre si, para com isso 'restituír a condição de paz sobrenatural à comunidade que fora totalmente viciada pelos pecados dos seus membros'. Em suma, eles aliviavam a alma do fiel".
Pense bem, a noção de que temos sérios pecados não fez melhor a sociedade do século 16, a mentalidade atual de que nada é pecado, de que tudo é permitido, nos dá essa vida que também não dá gosto nenhum, então me diga: qual é a outra alternativa?

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