segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Deus ainda não nos disse sua última palavra.

Considerações sobre religião feitas em 1847: "Toda religião que não admite a lei do progresso humano ou da revelação progressiva e que ensine que em dado instante da existência da humanidade, Deus tenha dito aos homens a sua última palavra [Deus não muda] está fadada a desapacer".
Foi naquele meio do século 19, quando as ciências da Química e da Física faziam grandes descobertas sobre a matéria, que surgiram diversas denominações religiosas. Paradoxalmente, todas apegadas a interpretação literal da Bíblia e desconsiderando os avanços das ciências.
George Sand, analisando o que a Revolução Francesa fez com a religião e logo em seguida a capitulação de Napoleão diante dela diz: "Nas épocas de renovação não é a ausência de idéias que as tornam cegas; é, pelo contrário, a diversidade de descobertas que tornam nações e homens irresolutos. De 1798 a 1802, sentimo-nos perturbados e fomos induzidos a buscar milagres e novamente buscar ser guiados por 'um homem providencial' e voltar a velha religião".
Sand deduziu, do que Napoleão deixou escrito, que para ele "'a doutrina cristã ainda é a mais elevada. Todavia, a Igreja Católica perdeu a noção do verdadeiro cristianismo. O clero se tornou perigoso. Imponhamos a Santa Sé o dever de reunir um concílio que debata as questões vitais da sociedade e condene o absolutismo católico e a volta ao Evangelho'". Ela comenta: "Mas ele só cuidou do lado administrativo da Igreja tomando para sí o trabalho de nomear os bispos e decidir o salário dos sacerdotes".
George Sand em seu livro A História de Minha Vida, escrito em 1847, não muito tempo depois da morte do imperador, diz que mesmo com o poder e a força que possuía e ainda que entedesse que a Igreja precisava de uma tal reforma que melhor seria começar uma nova religião, Napoleão não ousou fazê-lo. Tudo tem seu tempo certo e a época de Henrique VIII e sua religião inglesa, o anglicanismo, criada para substituir o catolicismo nas ilhas da Grã-Bretanha, há muito tinha ficado para trás. A história não pára.

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