domingo, 31 de outubro de 2010

Vivendo com uma garantia

A aflição pelo que pode nos suceder ou por uma aparente situação sem saída, num istante, pode se transformar em medo e nos paralizar. Quão bom seria termos uma garantia de que, apesar dos percalços, a vida sempre seguiria segura. Na História dos Judeus, de Josefo, comentando a vida do patriarca Jacó, conta sobre um momento particularmente difícil na vida do jovem. Jurado de morte pelo irmão, vagando longe de casa e com um futuro completamente incerto, ele sonhou que um anjo de Deus lhe falava:
"Por que vos deixais abater pela dor? Concebei melhores esperanças. Grandes bens vos esperam, e eu
jamais vos abandonarei. Tornei feliz o vosso pai, e vós não o sereis menos que ele. Coragem! Continuai o vosso caminho, nada temais. Sob o meu governo o vosso casamento será como desejais: tereis muitos filhos, e vossos filhos terão ainda mais. Sua posteridade se multiplicará de tal modo que todas as terras que o Sol ilumina serão povoadas por eles. Nenhuma tribulação e nenhum perigo serão capazes de vos assustar. Desde já tomo cuidado de vós, e tomarei ainda mais para o futuro".
Que garantia, hem?
"Uma tão favorável visão encheu Jacó de consolo e de alegria. Ele então fez o voto de que ali voltaria e ofereceria a Deus a décima parte de todos os seus bens".
Já conseguiu juntar bastante bens? A vida, afinal, não tem sido boa, como o Criador te prometeu? Então, deve estar na hora de distribuir, não com uma religião (Deus está em toda parte), mas "o que fizerdes a um dos mínimos de seus irmão a mim está fazendo".

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bem-estar e felicidade, combinam-se com serenidade

O dia está uma pintura. Viajando de ônibus para Nova Iguaçu admiro a paisagem verde e azul dourada pelo Sol forte ao mesmo tempo que releio Brasil País do Futuro. Na já longínqua década de 1950 o escritor assim descrevia o brasileiro: "Em São Paulo, o operário, adaptado a uma organização européia e num clima mais favorável, produz exatamente o mesmo que qualquer outro doutra parte do mundo. Mas mesmo no Rio de Janeiro observei, centenas de vezes, pequenos sapateiros e alfaiates trabalharem até tarde da noite em suas acanhadas oficinas e deveras me admirei de como nas construções com um calor infernal, em que só o erguer o chapéu do chão já é um esforço, o difícil trabalho de carregar material continua sem interrupção em pleno sol. Não são, pois, absolutamente a capacidade, a boa vontade e a velocidade individuais que são inferiores. O que no conjunto falta é a sofreguidão européia ou norte-americana de por meio de esforço dobrado progredir na vida mais depressa; é, pois, antes certa falta de estímulo que mantém em nível baixo a dinâmica total. Os indivíduos aqui não querem muita coisa, não são sôfregos. Após o trabalho ou nas horas do trabalho, conversar um pouco, tomar café, é natural. Ter sua alegria na vida doméstica e no lar é para a maioria o suficiente. Todos os graus do bem-estar, da felicidade, combinam-se com essa calma e serenidade. Sucede freqüentemente, segundo ouvi de várias pessoas, que após o recebimento do salário, o trabalhador falta dois, três dias ao serviço. Cumpriu com diligência e presteza o seu serviço na semana anterior e ganhou o suficiente para, da maneira mais modesta, modestíssima, passar dois dias sem trabalhar. Para que então trabalhar esses dois dias? Rico não poderá ficar com esses poucos mil-réis; é, pois, preferível gozar calma e comodamente esses dois ou três dias. Talvez seja necessário termos visto a exuberância da natureza daqui para compreender isso. Ao passo que numa planície triste e sem encantos, o trabalho é a única maneira de evitar a depressão".
Infelizmente nós brasileiros já embarcamos nesta correria européia, até no futebol. Agora, os cientistas e ecologistas dizem que a humanidade, se quizer sobreviver, terá que aprender com o jeito brasileiro de ser, tranquilo, sem invejar quem tem muito e produzindo o necessário para viver. O planeta não aguentará a sofregidão dos humanos, o querer ter sempre mais e muito além do que precisa. Mais do que nunca ainda vale o que o mestre Jesus ensinou: O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

As palavras tem poder.

Para alguns isto significa que os sons que formam o logos é um mantra, atrai energias que afetam nossa vida e saúde. Outros entendem que ela possui um valor legal que, mal aplicada, pode nos enredar em graves prejuízos. E ainda outros julgam que a palavra tem o poder de mexer com nossa psiqui, e é isto que o filósofo francês Roland Barthes comenta a propósito de uma exposição de fotografias: "Se presentó en París una gran exposición de fotografía, cuyo objetivo era mostrar la universalidad de los gestos humanos en la vida cotidiana de todos los países del mundo. Nacimiento, muerte, trabajo, saber, juegos, imponen por doquier las mismas conductas; existe una familia del hombre.The Family of Man, ha sido al menos el título original de esta exposición que nos ha llegado de los Estados Unidos. Los franceses tradujeron: La Gran Familia de los Hombres. De este modo, lo que en principio podía pasar por una expresión de orden zoológico, que tomaba simplemente la similitud de los comportamientos, la unidad de una especie, se muestra entre nosotros profundamente moralizado, sentimentalizado".
Ele diz que o acréscimo de uma única palavra, grande, mudou toda temática da exposição. Se não, vejamos. O título americano, A família do Homem, nos faz lembrar que existem outras famílias de seres vivos. Então quem vinha observar as fotos pensava em biologia e ciência. Mas quando, na França, a exposição ganhou o nome de A Grande Família Humana, remetia os visitantes a cultura, religião e modo de vida humanos.
"De pronto, nos encontramos súbitamente devueltos al mito ambiguo de la comunidad humana, una parte considerable de nuestro humanismo. El mito funciona en dos tiempos: se afirma primero la diferencia de las morfologías humanas, se cargan las tintas sobre el exotismo, se manifiestan las infinitas variaciones de la especie, la diversidad de las pieles, de los cráneos y de las costumbres, se babeliza a discreción la imagen del mundo. Después, de ese pluralismo se extrae mágicamente una unidad: el hombre nace, trabaja, ríe y muere en todas partes de la misma manera".
Somos todos tão iguais! Somos mesmo uma grande família.

A sorte da imigração para o Brasil

Leia esta arguta constatação no livro Brasil, País do Futuro:
"Essa imigração de quatro a cinco milhões de brancos nos primeiros cinqüenta anos do século 20 importa num enorme acréscimo de energia para o Brasil e ao mesmo tempo lhe proporciona uma imensa vantagem no ponto de vista da civilização e da etnologia. A raça brasileira, que, por uma importação de negros durante três séculos, está ameaçada de se tornar cada vez mais escura, cada vez mais africana, clareia formando um tipo de mulher que embeleza a humanidade, a mulata. Além disso, o elemento europeu, em oposição ao crescente número de escravos analfabetos, eleva o nível geral de civilização. Essa entrada de milhões de europeus por volta do começo deste século representa uma das maiores sortes para o Brasil, e, na verdade, uma sorte dupla. Dupla, primeiro, porque essas forças vigorosas e sadias chegam em tão grande número ao país, e segundo, porque a sua vinda tem início exatamente no momento histórico oportuno. Se uma imigração de tal vulto se houvesse dado muito mais cedo, se esses milhões de italianos e alemães tivessem aqui chegado um século antes, quando a civilização portuguesa constituía apenas uma camada delgada, essas línguas e
costumes estrangeiros ter-se-iam apossado de diversas províncias e grandes partes do país ter-se-iam italianizado ou germanizado. Ao invés de tornar estrangeiro no Brasil o que é brasileiro, essa poderosa imigração só fez tornar o que é brasileiro, ainda mais forte e mais variado".
Aconteceu uma série de fatos em nossa história que parecia ter sido desvantajoso para nós. O Brasil foi ficando para trás diante de outras nações, mas estes mesmos encontros históricos estavam nos preparando para um momento certo no futuro. O ponto que o historiador defende neste livro é que nosso país é predestinado e ainda vai ter um papel importante no mundo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A demonstração de religiosidade de Dilma

Relembrar a história elucida razões escondidas hoje e antecipa possíveis acontecimentos. Por isto volto a Napoleão e o que dele comenta George Sand.
1804 - "Essa Concordata tão elogiada representa um dos mais fatais desvios da gloriosa carreira de Napoleão. Foi ela que, com toda naturalidade, preparou o despotismo hipócrita da Restauração. Foi um ato puramente político, pois o primeiro cônsul não acreditava em religião. Não pode haver maior profanação de algo respeitável do que impô-lo aos outros sem aceitá-lo pessoalmente. É o mesmo que fazer dele um joguete".
A França não ia bem. Bonaparte percebeu que a Razão não preencheu o lugar da Fé. Então, decidiu dar uma trégua na perseguição aos sacerdotes corruptos e delinqüentes e dar liberdade de culto aos católicos, mas o papa exigiu mais. Se o revolucionário pretendia o apoio da Igreja, ver Notre Dame e Sacre Coeur regorgitando de gente alegre e os padres cuidando das almas tinha de colocar por escrito que a Revolução não desprezava Deus ou o Catolicismo. Também exigia o direito de opinar politicamente. Assinaram a Concordata.
"Nem os legisladores, nem o exército e nem a burguesia queriam a religião sob a forma de instituição política. Todos os cidadãos inteligentes eram adeptos da filosofia de Rousseau e Voltaire que defendiam o princípio de que a fé devia se submeter a razão".
2010 - Durante a campanha pelo segundo turno da eleição presidencial Dilma Roussef é acusada de não ser cristã e defender o aborto, levanta-se uma grita geral. Lula e o partido temem que ela perca votos. A candidata inicia uma campanha de desmentidos discutindo em público opiniões de foro íntimo. E então, na segunda-feira, 11 de outubro, aparece ajoelhada em Aparecida. Napoleão fez a mesmíssima coisa em Notre Dame. Sand relata: "O pálio sob o qual foi recebido o cônsul tinha o aspecto de um dossel de cama de hospedaria enquanto o do cardeal era quatro vezes mais rico. No momento da elevação o cônsul se ajoelhou, mas nenhm dos quarenta generais por trás dele se mexeu, o que formou um engraçado contraste".
Napoleão, e talvez Dilma, guardou isto em seu coração. George Sand conclui: "É-nos lícito pensar que Bonaparte viu neste 'remendo papal' que sua usurpação da República seria aceita pelas velhas monarquias da Europa".
Será que a história se repetirá e se o PT continuar no poder vai querer se perpetuar nele?E vamos ter de engolir outra holigarquia por tempo indeterminado?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O atentado contra Lula

"O 9º ano da República foi, na realidade o ùltimo. O atentado contra Napoleão - uma bomba colocada por onde ia passar dá ao cônsul a mais nítida noção da sua importância, o senso de seu poder para mudar o rumo da França. Agora, bem mais que os riscos, sente uma singular confiança no seu destino pessoal. Não se pode precisar, em absoluto, onde termina a superstição de uma imaginação ardente e onde começa o charlatanismo de um espírito cético e desabusado nessa grandiosa maneira de se entregar à sorte, nessa audácia que se transforma, desde aí, na base de sua poderosa ambição". Este trecho do primeiro volume de História de Minha Vida, de George Sand, me fez pensar em Luis Inácio Lula da Silva.
Há os que vão me chamar louco: comparar Lula com Napoleão! [não é trocadilho não]
"Bonaparte personifica o gênero humano na sua individualidade, não mais crê senão em si próprio; seu partido é sua vontade, seu deus é sua própria inteligência".
O atentado contra Lula, a bomba que colocaram no caminho do metalúrgico de pouca instrução que chegou a presidência de um dos maiores países do mundo, foi os conchavos, as negociatas de seus companheiros mais estudados que lhe garantiram de cima de seus cinismos: não tem erro, o país está dominado, podemos fazer qualquer coisa que vai dar certo! Tenho certeza que Lula pensou: não foi isto que D. Eurídice Ferreira de Mello me ensinou, mas governar um país deve nos permitir ter outros princípios. Quando rebentou o escândalo, Lula, só consigo mesmo, pensou: esses filhos da puta no fundo me odeiam tanto quanto um Fernando Henrique, não aceitam o meu destino, fodam-se. [as palavras chulas são para ser ditas só no fundo do coração].
"Pouco a pouco a França irá sofrer a mesma transformação por qual passou seu líder, perdendo a fé na glória da pátria irá crer só em si mesma. Não será mais o paládio do interesse comum, mas sim a garantia dos interesses individuais".
Não zombe de mim. Como Napoleão que pensava como Luís XV: eu sou a França, Lula corre sozinho e pensa: o Brasil sou eu, e seu exemplo se espalha por todo país, estamos todos sós, não há Deus, nem Pátria, nem Família. Como talvez reagisse desde que era uma criança nordestina, Lula pensa: farinha pouca meu pirão primeiro.
[depois falo do que sucedeu depois]

sábado, 16 de outubro de 2010

Intenções por trás das palavras

Minha esposa [veja como são os signos, pensei dizer companheira mas ela detesta esta designação; para mim companheira remete a idéia de colega e amiga nesta vida, para ela significa uma relação ilegal entre um homem e uma mulher, o que ela abomina] diz que minhas conversas com ela começam sempre com a expressão "eu li uma coisa", porque quando leio algo que me agrada, me acrescenta ou me desperta, preciso contar para alguém. Foi esta mania, ou necessidade, que me fez escrever este blog.
Agora mesmo (ainda é cedo, mal acabou de clarear o dia), comecei a ler o livro Mitologias, do adimirável pensador francês Roland Barthes, e no prefácio explica que é uma coletânea de crônicas que ele escreveu ente 1952 e 1954:
"Yo intentaba entonces reflexionar regularmente sobre algunos mitos de la vida cotidiana francesa. El material de esa reflexión podía ser muy variado (un artículo de prensa, una fotografía de semanario, un film, un espectáculo, una exposición) y el tema absolutamente arbitrario: se trataba indudablemente de mi propia actualidad".
Confirmou-se para mim que para a maioria dos escritores escrever é uma forma de se atualizar.
"Escritos mes a mes, estos ensayos no aspiran a un desarrollo orgánico: su nexo es de insistencia, de repetición. Aunque no sé si las cosas repetidas gustan -como dice el proverbio- creo que, por lo menos, significan. Y lo que he buscado en todo esto son significaciones. ¿Son mis significaciones? Dicho de otra manera, ¿existe una mitología del mitólogo? Sin duda, y el lector verá claramente cuál es mi apuesta".
Estou ansioso para ler seus ensaios. Homem muito perspicaz - pega um objeto, um fato, e o vê de um modo que a nós nos escapa - analisou os signos por trás da descrição dele, do fato, conforme a mídia passa para nós, tentando nos enganar, talvez?
"Pero, en realidad, no creo que el problema se plantee exactamente de esta manera. La "desmitificación", para emplear todavía una palabra que comienza a gastarse, no es una operación olímpica. Quiero decir que no puedo plegarme a la creencia tradicional que postula un divorcio entre la naturaleza y la objetividad".
É o que espero ler. Talvez, depois, consiga estar mais preparado para ver as verdadeiras intenções por trás das palavras.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Um mito construído sobre outros mitos

Quando conversei com um jovem advogado, nesta manhã, lembrei-lhe que Paulo aconselhou: "Leia de tudo, retenha o que é bom". Justamente estava lendo o ensaio Origem do Cristianismo, controverso e anticristo. O autor compara a história de Jesus Cristo com Filhos de Deus de outras relilgiões.
"El cuento del evangelio de Jesús no es una representación verdadera de un maestro histórico quién caminaba sobre la tierra hace 2.000 años. Es un mito construido sobre otros mitos y dioses-hombres, que alternadamente eran personificaciones del mito ubicuo del dios del sol. La historia de Mitra, deus persa, precede a la fábula cristiana en mas de 600 años. Mitra tiene los siguientes campos en común con el carácter de Cristo:
Mitra nació de una virgen el 25 de diciembre y lo consideraban un gran profesor y maestro que viajaba del cidad in ciudad.
Le llamaban 'el buen pastor' y lo consideraban 'El camino, la verdad y la luz'.
Lo consideraban 'el Redentor', 'el Salvador', 'el Mesías' y lo identificaban con el león y el cordero.
Su día sagrado era domingo, 'día del Señor' centenares de años antes de la aparición de Cristo.
Él tenía su festival principal el cual más adelante se convertiría en la Pascua.
Él tenía 12 compañeros o discípulos y realizaba milagros.
Lo enterraron en una tumba y después de tres días él se levantó de nuevo.
Los persas celebraban su resurrección cada año".
Mitra era o enviado de Deus para a relilgião Persa mil anos antes de Cristo.
E fala de outros deuses como Krisnah, indú e Hosiris, dos egípcios, e as coincidências entre a vida deles com a de Cristo.
Por todos estes pontos em comum o autor conclui que Jesus é uma lenda inventada por galileus sem erudição para defrontar os fariseus corruptos. Bem, como é que pessoas sem instrução como o pescador Pedro e o coletor de impostos Mateus iam criar uma história coincidindo com a de deuses que eles não conheciam?
Sabe, cada um acredite no que quiser!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Fale mal das drogas

É preciso falar das drogas, substâncias químicas que modificam o ego, a personalidade, e interferem na vida do usuário. Elas podem ser usadas por curiosidade, para dar prazer ou conferir uma aparente coragem frente as dificuldades. Todas razões de fundo egoísta, o usuário pensando só em si mesmo, descartando a importância dos laços familiares e as obrigações para com a sociedade que nos abriga.
É fundamental que cada pessoa levante esta questão, o uso de drogas, sempre que puder, em que ambiente estiver. É sério, é uma guerra.
Os jornais noticiaram um massacre no México e informaram que "nos últimos 18 dias, mais de 3.000 pessoas morreram em crimes associados à ação do narcotráfico". Desde o início do governo do presidente Felipe Calderon, que adotou uma política militar de enfrentamento ao tráfico, "houve 963 confrontos entre as forças de segurança e as gangues das drogas, quase uma por dia, com a morte de 28.000 cidadãos".
Em agosto de 2010 o governo pidiu ajuda a sociedade para "um debate sobre a regulamentação das drogas, uma pluralidade democrática de opiniões". É a capitulação. Democráticamente uns entendem que "não alcançamos o que pretendíamos, a violência é crescente. Precisamos substituir a fracassada estratégia militarista pela legalização das drogas". Outros temem "que a ligalização faça crescer o consumo de drogas, especialmente entre jovens e adolescente. Haverá um aumento enorme do consumo pela diminuição no preço e pela disponibilidade".
Nosso país caminha para uma situação semelhante, então cada um que ainda tem brio não pode se calar. Faça tudo o que puder contra as drogas. Lembro que quando era garoto comecei a fumar cigarro. Um dia, num campo de várzea, jogava uma pelada e fumava ao mesmo tempo, eis que passa um amigo do meu pai. Pára vendo o jogo. Atiro fora a guimba crente que ele não viu. Mas ele me chama e passa uma reprimenda calma, mas firme. Dias depois meu pai me esculhamba na frente de meus avós. Tomei vergonha e nunca mais fumei. Então, não fique calado, fale das drogas, fale mal delas toda hora. Vai ajudar alguém.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Avisos codificados há 3.500 anos


O escritor de O Código da Bíblia deve ter ganho um bom dinheiro com seu livro, mas ele mesmo se tornou um crente na idéia de que no texto dos primeiros cinco livros da Bíblia tem criptografado várias revelações sobre os perigos de nossa época. Assim, usando a fama que ganhou, tem visitado gabinetes de vários presidentes alertando para alguns fatos. Lendo sobre seus esforços entendi porque GW Bush atacou o Iraque e a pressão de Barak Obama contra a pretensão do Iran de desenvolver o uso da energia nuclear. "Durante anos alertei os altos escalões do governo, em Washington e no Oriente Médio, de que o mundo poderia estar enfrentando um perigo só compreensível na escala das profecias bíblicas. Agora, eu via a realidade desdobrar-se diante dos meus olhos, a uma quadra da minha casa em Nova York. E eu estava certo de que esse era o começo, não o fim, de algo demasiado horrível para ser plenamente imaginado por qualquer um de nós".
Ele encontrou cifrado na Bíblia a revelação de que uma guerra atômica pode começar tendo por primeiro alvo Jerusalém.
"Recordei a Rips que 'guerra mundial', 'holocausto atômico' e 'Fim dos Dias' estavam todos juntos, codificados com um único lugar - e que estávamos, naquele exato momento, sentados conversando nele, a única cidade do mundo que era nomeada como o alvo, 'Jerusalém'".
Então, os líderes do mundo estão plenamente avisados: Todo cuidado com Jerusalém!, se ela sofrer um ataque atômico ninguém conseguirá segurar a violência que se espalhará pelo mundo todo e será o "fim dos dias" para a raça humana. O código da Bíblia não diz que vai acontecer, mas que está nas mãos dos governantes o poder de evitá-lo. Então, quando um Armadinejad diz que quer riscar os judeus da Terra, todas as nações o pressionam para não deixar o Irã ter capacidade de fabricar um artefato nuclear. Só o Lula, que não se liga nos estudos esotéricos ignora o aviso e fica colocando "panos quentes" e declarando que todas as nações - porque ele quer isso para a nossa - tem direito a dominar o enriquecimento do urânio.
Mas será que existe um código de avisos para nós num texto escrito a 3.500 anos???    

domingo, 10 de outubro de 2010

Aposentado e trabalhando

Ouso dizer que Licurgo, estudioso preocupado com o bem estar do próximo e inovador da legislação em Esparta há mais de 800 anos a.C, era um médium, isto é, comunicava-se com espíritos, seres de outras dimensões. Se não, leia:
"Elle oyó a su espalda una voz como de hombre que le reprendía, y se maravillaba de que no inclinase a sus ciudadanos a tener parte en aquella solemne junta; y como volviéndose a ver quién era, de ningún modo viese presente al que le habló, reputándolo por cosa divina, se dirigió a Ífito, y contribuyó a hacer la fiesta más magnífica y más estable".
As leis que ele fez aprovar eram de uma justeza que nos faz pensar que lhe eram igualmente sugeridas pelo mundo superior. Esta aqui era para o pessoal da terceira idade:
"La educación duraba aún en la edad adulta; porque a nadie se le dejaba que viviese según su gusto, sino que
la ciudad era como un campo donde todos guardaban el orden de vida prescrito, ocupándose en las cosas públicas, por estar en la inteligencia de que no eran suyos, sino de la patria: por tanto, mientras otra cosa no se les ordenaba, se ocupaban en ver lo que hacían los jóvenes; en enseñarles alguna cosa provechosa, o en aprenderla de los más ancianos. Porque de las cosas buenas y envidiables que Licurgo preparó a sus ciudadanos fue una la sobra de tiempo, no permitiéndoles que se dedicasen en ninguna manera a las
artes mecánicas".
Os anciãos em Esparta não se aposentavam. Se a idade avançada näo lhes permitiam participar de trabalhos pesados juntavam-se a área de educação ajudando alguma forma como amigo da escola. Usavam suas experiências e conhecimentos para ensinar aos jovens. Eram sustentados pelo Estado, mas não havia aposentadoria.
Com certeza era um ensinamento de outro plano, onde o trabalho e o servir nunca terminam.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ler acorda a gente

O filósofo Giorgio Agamben pensando o homem descreveu com outras palavras o que as religiões sempre ensinaram: o ser humano é formado por duas dimensões. Uma é o eu, o pessoal, a consciência; a outra "em nós, nos supera e excede, é uma zona de não conhecimento em nós mesmos que desde a antiguidade é chamada de genius".
Pode-se viver uma vida toda sem se conhecer este nosso outro lado, o ser desconhecido que nos habita.
"Viver com genius significa viver na intimidade de um ser estranho, manter-se constantemente vinculado a uma zona de não conhecimento".
O cronista Francisco Bosco, em O Globo, diz que Nelson Rodrigues definia a pessoa que vive sem buscar conhecer seu genius, que não teve o prazer de se admirar com o maravilhoso sujeito que está nele mesmo, como "uma besta que está prestes a cair de quatro".
E então, Bosco diz: "Ler nos dá instrumentos para admirar o mundo, para conhecê-lo de modo mais penetrante. As coisas não tem só o valor por si mesmas; é preciso enxergar nelas a beleza e profundidade".
Ler acorda a gente, abre nossos olhos para reparar, solta o genius que vive na gente.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Os restaurantes populares da antiga Esparta

Estou admirado com a história de Licurgo, um dos primeiros legisladores grego, cujas façanhas, de tão antigas, estão envoltas em lendas. Quem conta é o historiador Plutarco, no livro Vidas Paralelas.
Licurgo era um homem íntegro, não mudava seus princípios por nenhum ganho. Quando seu irmão mais velho morreu ele sentou-se no trono, mas dias depois a viúva anunciou que estava grávida, logo seu filho é que tinha direito ao trono. Mas ela lhe faz uma proposta: abortaria a criança e ele podia continuar no trono, desde que se casasse com ela. Ele não titubeou, respondeu que ia anunciar ao povo que seu irmão deixou um herdeiro e que ele, Licurgo governaria apenas como tutor. Um conselheiro porém lhe avisou: qualquer coisa que sucedesse a criança seria atribuída a ele e mancharia sua honra. Então decidiu viajar pelo mundo antigo e com isso aprendeu muito.
No Egito ficou sabendo sobre uma civilização que existiu há milhares de anos, a Atlântida. Chegou a Índia e se encantou com os poetas políticos de lá. Mas foi em Creta que ele ficou impressionado com um reino que conseguiu equiparar suas classes socias. Anos depois, seu sobrinho reinando, voltou e se tornou legislador em Esparta. Seus decretos que pretendiam ser democráticos eram de suma tirania. Veja só este:
"Queriendo perseguir todavía más el lujo y extirpar el ansia por la riqueza, añadió otro tercer establecimiento, que fue el arreglo de los banquetes, haciendo que todos se reuniesen a comer juntos los manjares y guisos señalados, y nada comiesen en casa, ni tuviesen paños y mesas de gran precio, o pendiesen de cortantes y cocineros, engordando en tinieblas, como los animales insaciables, y echando a perder, con la costumbre, los cuerpos, incitados a inmoderados deseos y a la hartura, con necesidad de sueños largos, de baños calientes, de mucho reposo, y de estar como en continua enfermedad. Cosa era ésta admirada".
Incrível, viu?! Para acabar com a obesidade mandou fazer restaurantes populares onde os ricos e os de outras classes deviam fazer suas refeições frugais; e academias onde malhassem seus corpos ao invés de passarem horas sentados e inativos. Suas leis tornaram os espartanos uma sociedade atlética e muito militarizada que disputava a liderança da região com Atenas onde a cultura dos habitantes era mais de estudos e a convivência mais democrática.
Licurgo fez mais coisas que vou comentar depois, porque são preocupações do nosso tempo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O código da Bíblia

"Dr Eliyahu Rips descobriu o código da Bíblia na versão hebraica original do Torah, parte do Antigo Testamento da Bíblia tal como foi escrita, as palavras que Deus transmitiu a Moisés no monte Sinai há 3.200 anos. Rips eliminou todos os espaços entre as palavras e transformou todas as letras em uma única fileira contínua, com 304.805 caracteres. Ao fazer isso, ele estava realmente restaurando a Bíblia à forma que, segundo os antigos sábios, era sua forma original. Diz a lenda que foi assim que Moisés recebeu de Deus a Bíblia - 'contínua, sem quebras de palavras'".
Estou transcrevendo do livro O Código da Bíblia, de Michael Drosnin, onde explica como um matemático judeu russo descobriu mensagens codificadas, escondidas, no texto dos primeiros cinco livros da Bíblia. Ele criou um programa de computador que saltando sempre um número certo de letras, procura palavras formadas no texto bíblico.
"É isso que toma singular o código da Bíblia. Em qualquer outro livro, talvez encontrássemos uma seqüência aleatória de saltos formando 'Torres Gêmeas' - mas não junto com 'avião'. Talvez encontrássemos 'bin Laden' - mas não junto com 'a cidade e a torre'. Talvez você encontre 'Gêmeas' - mas não junto com 'a próxima guerra" ou "o Fim dos Dias'".
Parece aquele jogo de procurar palavras no meio de um monte de letras aleatórias. Mas como no jogo de "caça palavras" você precisa ter uma palavra para procurar. Por exemplo, "binladen". O computador corre todas as letras e seguindo a regra, o código, pega uma, pula tantas, pega outra, e assim vai. E encontrou "binladen". Podia ser um acaso. Então botou o computador para procurar "torresgemeas". Mas com uma variação, começando o sequenciamento por outra letra. A máquina fez o trabalho e achou. Também seria coincidência, se não fosse por as letras de "torresgemeas" se encontrarem no mesmo lugar do texto onde estava "binladen". Também procurou "aviões" e lá estava em meio aquelas outras.
Então, será que tem profecias escondidas no texto bíblico?
Drosnin cita um pensamento de sir Isaac Newton: "'Creio que há um criptograma criado pelo Todo-Poderoso, o enigma do Divino, o enigma dos acontecimentos passados e futuros divinamente preordenados'. Foi assim que sir Isaac Newton chamou o código da Bíblia. Há 300 anos, Newton - o primeiro cientista moderno, o homem que descobriu a gravidade e imaginou a mecânica do nosso sistema solar, o homem que sozinho inventou a matemática avançada - procurava um código oculto na Bíblia que revelaria o futuro da humanidade. Durante mais de três mil anos, desde que existe a Bíblia, as pessoas sempre acreditaram que havia algo oculto nela, grandes segredos só conhecidos por sumos sacerdotes, novas revelações que poderiam ser encontradas por meio de algum código".
Mas é complicado, pois tem que se saber ou desconfiar de um nome e o que seu dono vai fazer para poder procurar. Vai ai, procura "dilmarousseff" e "vitoria" e vê se estas palavras aparecem juntas. Ah, e tem que saber hebraico antigo porque "vitoria", se aparecer, vai ser na língua deles lá.

domingo, 3 de outubro de 2010

A pedra que rola não tem mais pontas

Em um conto fantástico do argentino Luis Borges encontrei este pensamento:
"Más razonable me parece la rueda de ciertas religiones del Indostán; en esa rueda, que no tiene principio ni fin, cada vida es efecto de la anterior y engendra la siguiente, pero ninguna determina el conjunto".
A idéia judaica e cristã, "no princípio criou Deus o céu e a Terra", está impregnada em nossa cultura e gravada na maneira de vermos as coisas. Começamos ao nascer (ou quando nossa mãe concebe, seu óvulo sendo fertilizado por um espermatozóide) e terminamos na morte. Mas no conceito oriental a roda, sem um ponto de começo ou de fim, dá a outros bilhões de terráqueos a visão de que tudo vem de antes e antes.
"Sabía que en un plazo infinito le ocurren a todo hombre todas las cosas. Por sus pasadas o futuras virtudes, todo hombre es acreedor a toda bondad, pero también a toda traición, por sus infamias del pasado o del porvenir. Así como en los juegos de azar las cifras pares y las cifras impares tienden al equilibrio, así también se anulan y se corrigen el ingenio y la estolidez".
O tempo escarifica e dá polimento a tudo e todos, a pedra que rola por séculos não tem mais pontas. "Adoctrinada por un ejercicio de siglos, la república de hombres inmortales había logrado la perfección de la tolerancia".
Como me disse o amigo MP quando pedalávamos subindo um morro: Dizem que até os piores espíritos ainda se regenerarão. Pode ser. Jesus contou esta história certa vez: "Mas era preciso fazer esta festa para mostrar nossa alegria. Porque seu irmão estava perdido e foi achado".

sábado, 2 de outubro de 2010

Arquétipos, bases míticas de nossa sobrebivência

O escritor Josué Quevedo ensina uma coisa preciosa sobre o real e o mítico:
"Entendemos os mitos da seguinte maneira: São os moldes necessários que definem, nutrem e reorganizam
constantemente as condutas e os comportamentos, as idéias e os ideais de uma sociedade, seja qual for ela. Eles são como espelhos que refletem para esta comunidade sempre singular não somente os moldes e os arquétipos passados, mas também uma realidade de uma outra ordem do que o real no qual mergulham os homens. Este último é, de certo modo, factício, sempre em recomposição em relação ao primeiro que o informa e o reconstrói sem parar. Deste ponto de vista, os mitos têm como função decisiva a de acossar e de reativar as energias da comunidade, as suas intenções, sempre sujeitos à esclerose e, mais particularmente ainda, a de transmitir, de recordar e de reforçar, por meio da palavra e junto à comunidade, o que são seus valores, suas normas de conduta, individuais e comunitárias".
Tenhamos sempre em mente que nos alimentando só das informações e diversões de nosso tempo estaremos vivendo uma ilusão. Há que se procurar os signos, as bases míticas que orientam a sobrevivência da nossa espécie.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Não podemos ser covardes ou sem ânimo

Faz tempo que uma guerra afetou tão de perto os brasileiros. É bom ser amante da paz, mas se alguém nos colocar em sério perigo de vida então não podemos ser covardes ou sem ânimo.
Flávio Josefo conta o que aconteceu entre os israelitas e os amalequitas: "Ainda que os hebreus jamais os tivessem ofendido, eles haviam sido muito injustos e desumanos, atacando os israelitas no deserto, onde estes sofriam com a falta de tudo".
Cansados, com água racionada e a sede controlada, com o alimento estritamente necessário e com poucas armas os homens de Israel se viram cercados por soldados decididos a matá-los, a abusar de suas esposas e filhas e liquidar com crianças e velhos. Não tinha jeito, precisavam lutar. Moisés fez uma preleção animadora para homens que nunca antes tinham empunhado armas, então: "Assim, havendo esse admirável guia animado o povo com a esperança de um feliz êxito e de que aquele combate poria termo a todos os seus dissabores, eles conceberam tal desejo de lutar que pediram para ser levados logo ao campo de batalha a fim de
atacarem os inimigos, de modo que o seu ardor não esfriasse pela demora, o que só lhes seria prejudicial".
A gente vê nos filmes os soldados num entrechoque de armas ou correndo para cima do inimigo entricheirado. Não deve ser fácil vencer o medo de morrer. O coração firme do guerreiro também é uma coisa admirável.
"A vitória exaltou de tal modo o ânimo dos israelitas que eles julgaram que, para o futuro, tudo lhes seria possível. No dia seguinte, Moisés ordenou que despojassem os mortos e reunissem as armas daqueles que haviam fugido. Em seguida, distribuiu recompensas aos que se haviam distinguido em tão grande feito e louvou publicamente o valor e o procedimento de Josué, ao qual todo o exército prestou ao mesmo tempo, por meios de aclamações, glorioso testemunho à sua virtude. Porém o mais extraordinário nessa grande vitória foi o fato de não custar a vida a um só israelita, embora a carnificina entre os inimigos fosse notável".
É mas ainda prefiro a paz.