sábado, 17 de julho de 2010

Não deixe fios soltos


Não se pode deixar linhas soltas.
"Um filho largado a própria sorte dará desgostos a sua mãe", diz a Bíblia, como se o contrário fosse garantia de felicidade para ela e o filho.
Este limite tênue sempre foi discutido por indivíduos que são rotulados como perigosos contestadores. Um deles foi o arquiteto Gordon Matta-Clark que viveu pouco, 35 anos.
Uma vez ele levou um bujão de oxigênio para uma esquina da Wall Street, reduto dos poderosos bancos mundiais, e ficou enchendo balões enquanto dizia aos transeuntes que existem na vida bem maiores do que ficar juntando dinheiro.
O resultado é o mesmo que se consegue comprando uma vaga no estacionamento da rua e ao invés de colocarmos um carro fazermos um picnic na vaga.
Uma jornalista disse bem o que acontece na cabeça do cidadão comum que vê esta atitude rebelde: "Mas é ali, no contato com estas manifestações que aguçamos nosso pensamento crítico para enfrentar um mundo cada vez mais marcado pelas regras nada ingênuas do mercado".
De outra vez Gordon foi para um local de onde famílias foram obrigadas a deixar suas casas que seriam demolidas para a construção de um hipermercado. Tirou pedaços das paredes deixando a mostra os cômodos lembrando a quem passava por ali como em nome do progresso vidas são abaladas e duramente modificadas: "O artista buscava tornar visível o vazio que a própria sociedade instaurava mas para o qual cobria os olhos".
É uma honra conseguir ver o que a maioria de nossos concidadãos não se dão conta, e esta percepção não podemos guardar só para nós. Então, se você um erro participe em despertar os outros e com isto amontoe louvores sobre sua cabeça.

Nenhum comentário: