sábado, 12 de junho de 2010

A tão grandes males pode a religião persuadir


"A tão grandes males pode a religião persuadir".
Como pode um ensinamento que pretende elevar o ser humano, uma religião, entorpecer de tal modo a consciência de um jovem fazendo-o amarrar explosivos por todo o corpo para fazer a si mesmo e a outros em pedaços?
Hoje conversei com um comerciante que me disse: hoje vou lhe ensinar o que é o mais importante, Jesus é...; e completei: o caminho, a verdade e a vida. Mas no decorrer do diálogo ele se mostrou avesso a aprender sobre os avanços da humanidade, sua religião o deixou pronto para não querer aprender mais nada e aceitar quaisquer ordem que lhe dêem como tendo vindo de Jesus. Sua consciência e ética estão bloqueadas pela "verdade".
Mas entrei no assunto e ainda não os apresentei ao poeta romano que escreveu as palavras que iniciam esta postagem, o emotivo Lucrécio. O romano Tito Lucrécio Caro viveu entre 100 e 55 antes de Jesus nascer. Ficou famoso por um poema alexandrino longo, A Natureza das Coisas. Como ele fala muito sobre como a vida nas grandes cidades afasta o homem da natureza e cria toda uma falsa idéia do que é a vida ainda vou comentar muito sobre ele.
Voltando ao tema de como a relilgião pode cegar transcrevo agora versos onde ele relata um acontecimento público que envolveu um rei e o que sua religião o levou a fazer. Lembre-se que é um poema, dai o modo maleável dele apresentar os fatos.
"Quando a faixa enrolada à volta da virgínea cabeleira caiu por igual de um lado e outro do rosto; quando viu o triste pai, de pé diante do altar, e junto dele os sacerdotes que
dissimulavam o ferro, e os cidadãos que, ao contemplá-la, rompiam em choros - então, emudecendo de horror, Ifigênia vergou os joelhos e deixou-se cair por terra. E em nada podia valer à infeliz, em tal momento, ter sido a primeira a dar ao rei o nome de pai. Foi levantada pelas mãos dos homens e arrastada para o altar, toda a tremer, não para que pudesse, cumpridos os ritos sagrados, ser acompanhada por claro himeneu, mas para, criminosamente virgem, no tempo em que deveria casar-se, sucumbir, triste vítima imolada pelo pai, a fim de garantir à frota uma largada feliz e fausta".
Meu Deus, matou a filha para que um deus o ajudasse na guerra! Sua religião plantou esta "verdade" na cabeça do rei. E a verdade é tão simples, Jesus ensinou: Não é sacrifício que quero, diz Deus, mas misericórdia. Misericórdia é uma palavra forte, cheia de bondade e ética. É o que Deus quer que façamos em um tempo em que cada vez mais precisaremos do nosso próximo. O que fizerem diferente disto não está religando nada, é tapeação que só Freud explica.

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