quarta-feira, 2 de junho de 2010

Desconfie sempre de um crime bárbaro


Desconfie sempre de um crime bárbaro, com certeza nele há envolvida uma passion, um componente de fanatismo com rituais sagrados.
Sempre duvidei, por exemplo, que o holocausto nazista fosse resultado de uma filosofia racional: buscar uma raça pura, já que a mistura, a mestiçagem, diminuía as realizações humanas. Não podia ser só isto que levou pessoas a perfilar homens, mulheres e crianças, metralhá-los e enterrá-los - alguns somente feridos - ou enfiá-los em um forno e queimá-los vivos. Isto não é humano, tem de incluir uma fantasia louca.
Estou lendo um livro, A Cruzada do Ouro, de David Gibbins, que fala dos vikings e dos judeus. Aventureiros violentos, os louros nórdicos chegaram a Constantinopla por volta do ano 1000 ec. Sendo uma grande cidade, não puderam simplesmente saqueá-la, tiveram de aceitar fazer parte de uma tropa de elite para, encarregados da segurança, poder roubar o tesouro real.
- E os judeus?
- Já chego lá!
No ano 70 ec, no reinado do imperador Domiciano, Jerusalém foi destruída, milhares de judeus foram mortos, outro tanto feito prisioneiro e a grande parte espalhada pelo mundo. Mas os símbolos sagrados dos judeus, objetos de ouro que ficavam no templo de Salomão - a mesa de oferendas, a Arca da Aliança contendo as duas tábuas de pedra com os 10 Mandamentos e a Menorá, o grande candelabro de 7 pontos de luz - foram levados para Roma e guardados em local secreto. Depois, no quarto século, o imperador Constantino levou-os junto com outros tesouros para sua capital do Oriente, Constantinopla. Assim os louros habitantes do norte gelado da Europa encontraram um ponto de contato com os morenos semitas do extremo leste do Mediterrâneo. Os Vikings, quando acharam o melhor momento, demitiram-se sem aviso prévio e fugiram de Constantinopla com os tesouros judeus. Não há mais notícia dessas riquezas, mas este livro diz que se formou uma sociedade secreta que misturava num caldo venenoso a pureza racial nórdica, a recuperação dos tesouros sagrados dos judeus e o genocídio deste povo. "As primeiras décadas do século XX viram um ressurgimento de interesse pelos vikings e a herança nórdica, na Alemanha e através do norte da Europa. Depois da insanidade da Primeira Guerra Mundial, o félag [uma sociedade secreta] se tornou um movimento para apoiar a idéia da supremacia racial em meio a um povo que havia perdido seu rumo. Chamavam a si mesmos de companheiros de sofrimento, o antigo nome viking para remador. Esta sociedade secreta começou a atrair os assassinos e fantasistas que sonhavam com um novo Reich na Europa. Tornou-se a sociedade mais hedionda de todas, a Schutzstaffel de Himmler, a SS, acrescida com uma ilustre e inventada ascendência nórdica e alguns rituais. A idéia de um félag reconstituído se ajustava perfeitamente a esse mundo maligno, só que tinha alguma ressonância histórica".
É o mal, que na aparência parece bom, pois defende os mesmos princípios, mas como em uma imagem refletida suas ações resultam em dor e ódio. Agora olhe isto: "Sabe quem está por trás de tudo isto? O Vaticano? Há uma espécie de Inquisição interna, dirigida por cardeais. Isso sempre existiu. Mas esta é mais sinistra, muito perversa".
Então, não é só a pedofilia e outras aberrações que a Igreja entregue por Jesus à Pedro esconde. Os historiadores há muito acusam o papa Pio XII de concluiu com os nazistas no genocídio judeu. Há pouco tempo o Vaticano pediu desculpa aos judeus por não ter condenado Hitler e seus malucos. Mas há os que vêem velhos ódios nas cabeças tonsadas dos dirigentes da Igreja, rancor que leva a ações desumanas.
O fanatismo de qualquer origem - dos árabes mulçumanos à ministérios protestantes, de adeptos do Candomblé à ordens católicas - despe o ser humano de toda semelhança divina e o rebaixa aos Titãs do Caos. Então, fique esperto, procure ver nas atitudes aberrantes além do horizonte aparente, desconfie.

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