domingo, 9 de maio de 2010

Por que não enriquei?


Em um texto do jovem escritor Chico Mattoso li no papel o que desconfio no mais íntimo de meus sentimentos.
“Ao longo dos últimos anos, e certamente contra sua vontade, Rubinho Barrichello construiu um símbolo tão poderoso que ultrapassou os limites do esporte e virou uma espécie de representante arquétipo do fracasso. Existe algo de místico na figura do azarado. É como se ele tivesse sido ungido por uma força superior que lhe concedeu a capacidade mágica de estar sempre a um passo glória e acabar ficando invariavelmente no meio do caminho. Os grandes heróis brasileiros sempre nos pareceram como se não fizessem parte de nossa turma. É como se Ayrton Senna e Paulo Coelho, Pelé ou Gisele Bündchen fossem areia demais para nosso caminhãozinho”.
Os livros de auto-ajuda insistem que todo mundo pode ser um vencedor, um campeão, enfim, enricar. Mas lembro que na Bíblia tem uma reflexão que, não creio seja pessimista, entendo mais como realista (Eclesiastes cap 4 vers 4: “Descobri porque as pessoas se esforçam tanto para ter sucesso: é porque elas querem ser mais do que os outros. Mas tudo é ilusão, é como correr atrás do vento”.
Como para acrescentar uma opinião sobre a boa e má sorte li um artigo de José Sátiro Santiago: “Ao analisarmos as missões apresentadas por inúmeras empresas, é muito comum lermos que seus colaboradores são seus maiores patrimônios. No entanto, nestas empresas as pessoas são tratadas como simples peças que fazem parte de uma grande engrenagem que é a organização. Então, quando a empresa precisa diminuir seus custos, considera a redução de seu quadro de funcionários como a sua primeira ação. Acho que a declaração de que consideram seus colaboradores seus maiores bens, significa um enorme e equivocado abismo”.
E assim vai, uns ficam outros vão, uns nascem para ser Barrichello outros para Senna. E já vi que nesta vida não vim para enricar. No máximo vim para me distrair muito e chupar muita tangerina.

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