sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A vida passa ligeira


Andando com Malu às vezes fico pensando no tempo que ela tem de vida. Seguindo a minha frente olha um jardim pela grade do portão ou cheira alguma coisa no chão, enquanto penso no que a veterinária falou enquanto a acariciava em cima da mesa de exame: Malu já tem sinais de velhice aparecendo. Ela corre para conversar com outro poodle de pelo muito alvo e gravatinha na linguagem de grunhidos e muito movimento do rabinho. Imagino que depois dela ter partido vou recordar cada coisa que ela faz. Torço para que ainda fique uns dez anos com a gente. A morte (não a nossa, sempre pensamos na dos outros) é mais terrível pela perda que nos causa. É como um salteador que nos aborda na rua e leva algo que nos é caro. Mais do que raiva dele sentimos é a perda, a fragilidade dos bens materiais, e percebemos muito sentidos como nada dura para sempre.

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