domingo, 15 de novembro de 2009

Amando o outro e a si mesmo


Na Bíblia, o casamento é tratado como um pacto para um crescimento espiritual do casal. O apóstolo Pedro escreveu para os seguidores de Jesus: “Esposas, obedeçam a seus maridos... Maridos reconheçam que suas esposas devem ser tratadas com respeito”. (primeira carta capítulo três)
Mas os sentimentos misturados com pensamentos vão mais longe. No livro de Pierre Drieu la Rochelle, Diário de um Homem Traído, a personagem diz para si mesma: “Quando nos vimos pela primeira vez, nos prometemos, sem dizer a nós mesmo, arriscar o impossível e conseguir... um amor que dura. Que esforço ele fez! Pois com certeza o amor é um trabalho. Será que uma mulher tem o direito de enclausurar um homem desse jeito, de fazer a festa sozinha com suas idéias e sua capacidade? Sozinha, frequentemente estive sozinha. Tudo separa um homem e uma mulher, principalmente o trabalho. Sei que esta viagem é para ele uma espécie de férias; ele é um menino. Porque ele entra em êxtase diante de uma tola como eu?”
E o personagem reflete consigo: “Você me deu algo magnífico, você me deu o máximo que uma mulher pode dar a um homem: acima de um capricho de moça, uma paixão de mulher. Pronta e perfeitamente nossos corpos se entenderam. Nossos gostos não se contrariaram e até se auxiliaram. Você nem pensa em me deixar ou, se pensa (pois quem não acolhe em algum momento a idéia de abandonar todo mundo e ficar só?) afasta a idéia. Você gosta de ficar sozinha comigo. Apesar das obrigações, é extraordinário como conseguimos ficar sós ouvindo música ou lendo. É aqui que eu quero chegar. Você nunca me traiu e nunca traí você. Palavra miserável, como se dois seres que realmente vivem um dentro do outro pudessem se enganar. Só se enganam os que se ignoram”.
Estes pensamentos no outro também são uma forma especial de se elevarem espiritualemente.

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