sábado, 20 de junho de 2009

Como o Brasil ficou para trás


Como foi que Brasil estando na frente de todas colônias das Américas até o final do século 17 deixou os EUA lhes passar a frente? O livro Brasil País do Futuro esclarece: "Ao
passo que os Estados Unidos há muito já se governam, ao Brasil não é permitido fabricar
tecidos, tem que obtê-los por intermédio da metrópole. Para intelectuais, para técnicos, para
industriais não deve haver lugar nem campo de ação no Brasil. Nenhum livro deve aqui ser
impresso, nenhum jornal ser publicado, e com a expulsão dos jesuítas tiram-se ainda do Brasil os
únicos indivíduos que difundiam um pouco de instrução. É preciso evitar toda e qualquer
ascensão econômica independente, toda e qualquer comunicação com o mundo".
Bem dessa razão já se sabia, os portugueses jogaram sujo com a gente, como ainda fazem quando os enfrentamos no futebol. Mas Stefen Sweig nos informa de outra causa: "Ainda ao tempo da proclamação da independência, na exportação levava o Brasil vantagem aos Estados Unidos da América do Norte, e as importâncias de suas vendas, em alguns anos, chegaram até a igualar-se às da Inglaterra. Mas no século 19 surge um novo elemento na economia mundial: a máquina. Uma só máquina a vapor em Liverpool ou em Manchester, que ocupa uma dúzia de operários, produz agora mais do que cem escravos e em breve produzirá mais do que mil. No momento decisivo em que se introduz o emprego do carvão, essa nova substância dinâmica para pôr em ação meios de transporte e máquinas industriais, não se descobre no imenso território do Brasil uma única mina de carvão. Todo quilo dessa substância tem que ser importado de longe e tem que ser pago caro com açúcar, cujo valor vai caindo rapidamente. Por isso todo transporte se tornaria dispendioso, e pela estrutura montanhosa do país a construção de estradas de ferro se retarda de irreparáveis decênios e mesmo depois só se vai operando muito lentamente. Numa época em que linhas férreas triplas ou quádruplas ligam o leste e o oeste, o sul e o norte dos Estados Unidos entre si, aqui no Brasil, cuja área é igual à desse país, nove décimos do território distam de trilhos quilômetros e quilômetros, e, ao passo que os vapores sobem e descem constantemente os rios Mississipi, Hudson e São Lourenço, raramente se vê no Amazonas e no São Francisco a fumaça duma chaminé. Por isso numa época em que na Europa e nos Estados Unidos as minas de carvão e as indústrias siderúrgicas crescem de ano para ano, o Brasil até boa parte do século dezenove permanece estacionado e impotente nos métodos do século dezoito. Sua situação econômica no início do século dezenove não deixa de ser, de certo modo, paradoxal, pois precisamente o país que possui mais ferro do que talvez qualquer outro, do mundo, tem que importar todas as máquinas, todas as ferramentas. Apesar de produzir algodão em extrema abundância, não pode deixar de importar da Inglaterra os tecidos de algodão. Como sempre no Brasil, grandes empates de capital que permitissem organizar as indústrias salvariam o país. Mas, desde que cessou o ouro, o Brasil tem falta de capital; por isso suas estradas de ferro, suas primeiras fábricas e suas poucas grandes empresas são construídas ou montadas exclusivamente por companhias inglesas, francesas e belgas, e o novo império, como colônia de grupos anônimos, fica entregue à exploração do mundo inteiro".
Foi assim que nós ficamos para trás. Deficiências políticas, financeiras e falta de um mineral, o carvão. Duas causas são atribuídas ao nosso povo – que nós mesmos menospresamos como pouco sério -, mas a outra foi alheia a nossa vontade. Veja os países árabes do golfo pérsico, vivendo em um deserto receberam da natureza a dádiva de imensas reservas de petróleo. Para quem tem uma visão espiritualista, estas benesses fazem parte de um amplo plano para a raça humana. O Brasil também foi conduzido para um papel no desenvolvimento do ser humano e
agora, mais preparados e com muitos presentes da natureza ainda guardados, quem sabe o Brasil se tornará um pais que vai liderar o mundo em que nossos filhos viverão.

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