sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eu robô


A democracia é uma conquista do ser humana tão poderosa que ainda não nos damos conta de toda sua força. Pior, outras forças estão sempre lutando para nos tirar o direito democrático. Estes dias estava lendo sobre biopoder, esta arma pode ser bem eficiente para detonar o meu, e o seu, direito a democracia.

O filósofo Michel Foucault (http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u720.jhtm) no livro Segurança, Território, População assim define o biopoder utilizado por um governo: "É o uso da vida como elemento nos jogos de poder, isto é, o conjunto de mecanismos pelos quais aquilo que, na espécie humana, constitui suas características biológicas fundamentais vai poder entrar numa política pública, numa estratégia geral de poder".
Neste livro ele desenvolve sua visão do biopoder na história. "O poder não é um objeto, um bastão que passa de um soberano para seu filho ou outra pessoa, mas algo que se mistura nas relações da sociedade". Ele pensa assim os mecanismo do poder: "O governo cria estratégias que se estabelecem no seio social e que têm por objetivo a regulação e o controle das formas de existência, sendo fortemente calcadas em preceitos econômicos, morais e religiosos". A forma mais comum de se meter na vida de um indivíduo é pela força física e tanto chefes tribais no passado quanto governos autoritários agora agiram com violência para controlar as pessoas. Cada intervenção muda totalmente a vida dos membros de uma família e de todos que lidam com eles. Os conservadores ou de direita, que estão do lado do chefe - na maior parte das vezes por interesse - ousam dizer que esta intervenção cruel na vida dos outros é garantia da sobrevivência do grupo ou da sociedade. Isto é biopoder.
Foucault chama este imiscuir de humanos sobre seus semelhantes de "governamentalidade": "São estratégias de um saber político que tem no cerne de suas preocupações a regulação da população, ou seja, a condução da vida dos indivíduos que estão sob a égide de um guia responsável pelo modo como agem e pelo que lhes acontece. É um poder pástoral que exerce pressão menos sobre um território fixo e mais sobre uma multidão que ele quer que se desloque rumo a um determinado objetivo". E lá vamos nós, tocados mesmo sem querer ir pra tal lugar! Ele lembra os soberanos pastores sobre o povo de Israel, conforme contado na Bíblia. Moisés, por exemplo. Quando alguns queriam voltar para o Egito ele criou situações para satasfazê-los e continuar tocando-os para Canaã, para tomar a terra do que viviam ali. Em Êxodo 16 conta: "Ali, no deserto, todos eles começaram a reclamar: Teria sido melhor que o Deus eterno tivesse nos matado no Egito! Lá, nós podiamos pelo menos nos sentar e comer carne e outras comidas à vontade. Moisés ouviu o povo: Diga-lhes que à tarde, antes de escurecer, eles comerão carne". Me lembra o Bolsa família.
Não se engane, "são muitas as argúcias, mecanismos e o conjunto de procedimentos que assumem a função de gerir a vida das pessoas, produzindo forças, nutrido-as e fazendo-as crescer para organizá-las e ordená-las mais do que ceifá-las ou destruí-las".
Assim, o jeito é agente ficar atento, impedindo que se metam o menos possível na nossa vida e de nossa família. Mas não é fácil!

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