terça-feira, 18 de março de 2008


Quando se estuda História fica-se admirado de como um império, como foi o babilônio, acabar, se disfazer em areia. Agora, neste início do século 21 parece que começamos a ver o fim de outro império, o norte-americano.
Você já ouviu falar em “descolamento do dólar”? A economista Miriam Leitão tratou disso em O Globo de 09/03/2008, na p 34: “Vários indicadores têm apontado para o quadro recessivo norte-americano, mas, como o mundo continua dando sinais de crescimento, a tese do descolamento reaparece”.
Os EUA representam 20% do PIB mundial, se por cinco anos vêm acontecendo desemprego por lá e agora vagas de trabalho foram fechadas e todos os indicadores econômicos estão despencando, como é que o mundo não está sentindo isso e as mercadorias continuam subindo de preço como se a economia mundial estivesse crescendo com todo vigor? As minas de ferro do Brasil pediram um aumento de 70% e os países importadores aceitaram, o petróleo já chegou a US$106 e o milho, a soja e outras commodities agrícolas estão disparando de preço. O que significa isso?
Os países emergentes como o próprio Brasil, China, Índia e outros vêm aumentando suas importações e muitos economistas acham que eles conseguirão sustentar o crescimento mundial. Dizem que o bom resultado de companhias multinacionais como IBM, Coca Cola e Toyota foi causado por boas vendas nos países emergentes, enquanto as vendas em suas matrizes vêm tendo um desempenho ruim.
Parece que a poderosa locomotiva que puxa o mundo e assim acha que pode intervir na política e até no território de outros países está perdendo as forças e agora outras locomotivas estão ajudando a puxar o trem do mundo. Assim, na questão de empregos, deve ter serviço tanto para nossos filhos como para os filhos deles nos anos a frente.
Porém, Miriam apresenta outra razão para o aumento das mercadorias: “Com os juros americanos com tendência de queda, a bolsa americana instável, o mercado estaria em busca de rentabilidade especulando no mercado de commodities... com um flagrante descolamento dos preços desses produtos da realidade corrente. Em resumo, em vez de sinal de vigor da economia pode ser indício de uma bolha saindo do mercado hipotecário para outros mercados”. Quer dizer, espertalhões ganhando rios de dinheiro agora para todo mundo sair perdendo mais na frente.
Então é a gente continuar bem ligado, sem nos endividarmos, para que a tempestade do mundo em volta da gente não destroçe o ninhozinho da família da gente.

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