segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Pelando o Cocuruto da Serra do Rio Bonito


Falando do filme Tropa de Elite e os diálogos cheios de nomes feios, Arnaldo Bloch, cronista d’ O Globo, disse que estes termos são considerados hoje como ênfase na oração e não um uma ofensa ou pornografia. Assim, se você ainda não é dos que aturam ler ou ouvir nomes feios é bom não continuar lendo o que escrevi, porque as coisas que vi me deixaram tão indignado que só com um sonoro nome feio consigo descrever minha irritação.

Neste domingo, 14/10/2007, subi a serra do Rio Bonito pedalando junto com alguns colegas ciclistas. A água acabou e quando chegamos ao riacho, lá no alto, corremos para encher os cantis. Mas qual não foi nossa indignação quando vimos o grotão por onde escorre as primeiras águas do riacho com a vegetação da mata Atlântica desmatada. Os paus das alegres árvores derrubados tristes no chão, os cipós sofridos emaranhados nas terra, os arbustos rasteiros roçados sem clemência.

Imaginei o fazendeiro dando ordem ao capataz: “Bota tudo no chão! Quero aquele topo de serra pronto para botar meus bois. Se os riachos secarem que se dane. Se a merda deste planeta ficar igual a Marte, sem água e sem ar, não vou estar mais aqui para ver. Acaba com tudo”.
Pensei que talvez o miserável tenha ido pedir uma autorização a um funcionário público que vendeu o documento oficial por algumas moedas das quais estava precisado, dizendo: “Sou muito mal pago para proteger o meio ambiente. Tenho mais é que cuidar da minha barriga. Que a droga daquela vegetação se exploda. Que aquela mata vá pra puta-que-a-pariu”.



E a cambada que subiu a serra com machados, serras, foices e facões deve ter ouvido o gerente gritar: “Mete o machado em tudo aí. Quero toda esta mata no chão até o fim da porra deste dia. Se alguém aqui tiver pena de planta então é melhor descer a serra e passar fome com a família. O trabalho de vocês é desmatar este alto de serra todo. Tudo aqui tem que virar capinzal. Não quero ninguém fazendo corpo mole!” Agora, se você também está indignado, peço a quem tem autoridade para subir ou mandar alguém subir lá no alto da serra do Rio Bonito, depois de Amparo, entrando pela fazenda Ribeirão Claro, uns 2 km subindo e mandar parar aquela destruição. Ontem, domingo, não tinha ninguém lá, mas hoje os machados já devem estar cantando na madeira.

sábado, 13 de outubro de 2007


EM QUE MUNDO ESTAMOS

Quando, há uns 100.000 anos, os primeiros humanos olharam para o céu de noite ficaram emocionados com a beleza das miríades de estrelas pontilhando e rebrilhando naquela abóbada negra. Os hominídeos que existiam antes deles não se importavam com os lindos pontos de luz lá em cima, nem podiam concluir que aquilo tudo era obra de um Ser poderoso. Aos seres humanos elas serviram de sinais de orientação tanto geográficos como para suas vidas.

Então, há 10.000 anos, entre os homens já existiam aqueles que se dedicavam de coração a estudar os astros e observando-os perceberam que enquanto alguns eram fixos, pareciam presos na abóbada celeste e, cada noite apareciam no mesmo lugar caminhando para o oriente outros, cada noite, surgiam num lugar diferente e cismavam em caminhar em sentido contrário ao das estrelas, eram os planetas. Nesta época, por influência de uma casta religiosa que tinha direito de vida e morte sobre o povo, os astrônomos deram aos astros o nome dos deuses. Um planeta, por exemplo, por ter uma cor avermelhada ganhou o nome do deus da guerra, Marte, - por analogia ao sangue que é derramado nas lutas sangrentas - enquanto outro, por sua luz forte, azul e bela, chamado também de estrela D’Alva, recebeu o nome da bela deusa Ártemis, depois chamada de Vênus. Para melhor estudar as estrelas eles também agrupavam as mais visíveis em grupos chamados constelações tentando ver no grupo algo que lembrasse uma figura, como um animal, por exemplo, a Ursa Maior.

Até muito tempo depois de Cristo os homens acreditavam que toda aquela beleza tinha sido colocada ali em cima para embelezar as noites dos seres humanos, os filhos de Deus, e que estávamos no centro do Universo. Então, algumas vozes mais ousadas e corajosas começaram a afirmar e mostrar provas, inclusive matemáticas, de que o Sol era o centro do Universo e que tudo o mais girava em redor dele, inclusive a gente no planeta Terra. Foi uma luta contra conceitos religiosos e políticos, mas a verdade, pelo menos uma parte dela, conseguiu vencer e aceitamos, um pouco a contragosto, que girávamos pelo céu escuro em meio a milhões de outros astros.

Então, há 500 anos os astrônomos, com ajuda de instrumentos óticos, começaram a descobrir e contar para nós todos, por jornais e revistas, que existiam muitos outros astros sem ser as estrelas, os cometas, os planetas e os satélites. E ficamos sabendo das supernovas (estrelas que explodiam) e das nebulosas, das estrelas duplas girando uma em redor da outra, e das galáxias nos confins do Universo, afastadas da nossa, a Via Láctea.

No século 20 ficamos sabendo das estrelas de nêutrons, dos quasares, dos buracos-negros no centro das galáxias que têm forma de redemoinho, da matéria negra e que as estrelas se diferenciam não só por sua grandeza de luz, mas por sua geração. Sim, quando as estrelas explodem, seu material ou rejeito é usado pelas leis universais da Física para construir novas estrelas. Também ficamos sabendo que cada estrela tem a sua volta uma família de planetas, os planetas extra-solares que são formados pela poeira que sobra na formação da estrela. Nesta foto de um observatório montado num satélite fora da atmosfera da Terra e que foi melhor definida pelo trabalho de um artista gráfico, duas estrelas da geração mais recente dão voltas em torno de um ponto e uma delas mostra um anel de rejeito que a força de gravidade e outras forças universais vão moldar em planetas sólidos como o nosso. O anel mais externo é formado por blocos de gelo semelhante ao cinturão de asteróides que circunda o sistema solar muito longe da gente.

E Deus, como é que fica pra nós? Fica maior! Por exemplo, para Jó, um homem que sofreu muitos dissabores e que viveu na época de Moisés, uns 1.000 anos antes de Cristo, Deus era maior do que as altas montanhas que ele conhecia: “O Deus Eterno deu a Jó a seguinte resposta: ‘As suas palavras só mostram a sua ignorância; quem é você para pôr em dúvida a minha sabedoria? Onde é que você estava quando criei o mundo? Você sabe quem resolveu qual seria o tamanho do mundo e quem foi que fez as medições? Quando o mar jorrou do ventre da Terra, quem foi que fechou os portões para segura-lo? De onde vem a luz, e qual é a origem da escuridão? Você pode soltar as correntes que prendem as Três Marias ? Você pode fazer aparecer a estrela D’alva ou guiar a Ursa Maior e a Ursa Menor? Você conhece as leis que governam o céu e sabe como devem ser aplicadas na Terra?’”.

Esta sempre foi a lição que recebemos do Criador: continue estudando e investigando por sua vida afora, porque você ainda não sabe tudo. Então, precisamos tratar de estudar e ler sempre. Porque muitos mais mistérios serão revelados.

sábado, 6 de outubro de 2007


SALVANDO O RIO BRANDÃO

O nosso pequeno rio nasce num grotão cheio de magia na estrada Roma-Getulândia e corre pulando como um menino da roça cheio de saúde e alegria.

Mas depois de andar um bocado sofre uma terrível agressão do poder público de nossa cidade que não encontrou uma solução melhor para eliminar o chorume do infernal lixão desse povo laborioso e rico do que joga-lo nas águas límpidas do Brandão.

Depois ele anda mais devagar pelas terras da fazenda Sta. Cecília. Rola intoxicado, fedendo, um velho relegado pelo povo que devia tomar conta dele. E passa pela Vila Sta. Cecília feio, espalhando uma terrível catinga que faz os moradores bem-sucedidos que moram em seu entorno torcerem o nariz.

E, assim morre triste e vagabundo o rio Brandão que está sendo tão maltratado pelo povo que devia tratar bem dele e desfrutar de sua beleza.

Conclamo os cidadãos de Volta Redonda a mostrarem sua educação, cidadania e consciência ecológica salvando nosso rio Brandão de seu destino trágico de ser apenas um esgoto de nossa sujeira.